“Otto foi severamente torturado pela Coreia do Norte”, escreveu Donald Trump, numa mensagem publicada na rede social Twitter, por ocasião da transmissão de uma “excelente entrevista” dos pais do estudante a um programa do canal de televisão norte-americano Fox.

Nenhum responsável norte-americano tinha até à data acusado publicamente a Coreia do Norte de ter torturado Otto Warmbier, um estudante de 22 anos que esteve detido quase um ano e meio naquele país.

Estas declarações de Trump são o mais recente episódio da escalada de retórica entre os Estado Unidos e a Coreia do Norte, que nos últimos dias têm utilizado uma linguagem cada vez mais dura e bélica.

Warmbier morreu a 19 de junho deste ano, poucos dias após ter sido libertado pelas autoridades norte-coreanas, que o tinham condenado, em março de 2016, a 15 anos de trabalhos forçados.

O estudante de Economia da Universidade da Virgínia admitiu ter roubado um cartaz de cariz político num hotel em Pyongyang, onde estava hospedado, e foi acusado de "atividades hostis" e conspiração contra a unidade da Coreia do Norte.

Otto Warmbier teve em coma mais de um ano, depois de ter contraído botulismo.

Na altura da morte do estudante, Donald Trump afirmou que o falecimento do jovem era escandaloso e classificou a Coreia do Norte como um “um regime brutal”.

O chefe de Estado norte-americano disse igualmente que se o estudante tivesse regressado mais cedo aos Estados Unidos o desfecho deste caso seria provavelmente outro.

Nessa mesma altura, a família de Otto Warmbier disse que a morte do estudante era quase inevitável, porque “o horrível maltrato torturante” que o jovem “recebeu nas mãos dos norte-coreanos garantiu que não fosse possível outro desfecho".

Pyongyang negou que o estudante tivesse sido alvo de tortura ou de maus-tratos, denunciando na altura uma “campanha de difamação”.

No seguimento da morte de Otto Warmbier, os Estados Unidos decidiram proibir viagens de cidadãos norte-americanos à Coreia do Norte, onde ainda permanecem detidos três cidadãos norte-americanos.