"A repressão contra os criminosos clandestinos não é mais do que a aplicação da minha promessa de campanha", escreveu o presidente na sua conta da rede social Twitter.

"Membros de gangues, traficantes de droga e outros estão a ser expulsos!", afirmou.

Na semana passada, foram presos e deportados centenas de imigrantes no contexto de várias operações simultâneas do Serviço de Imigração (ICE) -  agência federal especializada em deportações - que tiveram alvo lares de imigrantes clandestinos, especialmente em Los Angeles, Nova Iorque, Chicago e Austin (Texas).

"Os alvos dessas operações não diferem das detenções seletivas e de rotina feitas diariamente pelas equipas de busca de fugitivos", disse à AFP a porta-voz do ICE, Jennifer Elzea.

As autoridades federais não divulgaram o número exato de detidos. Mas vários legisladores democratas pediram esclarecimentos ao Governo com receio de que as operações também afetem os imigrantes ilegais sem processos judiciais pendentes.

Segundo o jornal The Washington Post, a quantidade de detenções chega às várias centenas.

Em Los Angeles, o diretor local do ICE, David Marin, disse à imprensa que 160 pessoas foram detidas e, delas, 75% têm condenações pesadas.

"A notícias que evocam controlos de estrada, ou operações aleatórias são falsas, e isso é perigoso e irresponsável", denunciou Marin, segundo o jornal Los Angeles Times, ressaltando que os seus serviços realizam, com frequência, esse tipo de operações seletivas, como fizeram em julho de 2016 e em agosto de 2015".

As detenções - realizadas em residências e locais de trabalho - provocaram a mobilização de legisladores nas regiões afetadas, em particular na Califórnia e em Los Angeles, onde o instituto de investigação Pew considera que haja cerca de 1 milhão de pessoas em situação irregular.

Estima-se que a população nessa condição nos Estados Unidos chegue aos 11 milhões.

"A mudança de política do presidente Trump trai os nossos valores", protestou a senadora da Califórnia, Dianne Feinstein.

As mesmas operações estão a ser realizadas em Austin, no Texas, onde vivem 100.000 pessoas em situação irregular.

Em Nova Iorque, cidade que abriga a maior população de imigrantes nessa condição (1,15 milhão, segundo o Pew), centenas de pessoas saíram às ruas.

Num decreto assinado a 25 de janeiro, o presidente Donald Trump deu prioridade à expulsão dos imigrantes em condição clandestina com antecedentes penais, ou acusados de terem cometido crimes.