Donald Trump partiu de Villa Taverna, residência do embaixador dos Estados Unidos, onde estava alojada a delegação norte-americana, e chegou ao Pátio de São Dâmaso do Vaticano às 08:20 (07:20 em Lisboa), sob fortes medidas de segurança e uma comitiva presidencial de meia centena de veículos.

O Presidente norte-americano chegou acompanhado pela mulher, Melania, a sua filha mais velha, Ivanka, e o genro, Jared Kushner, e ainda com parte do grupo de 12 pessoas que vai estar com o Papa.

Donald Trump entrou no estado do Vaticano através da porta do Perugino, depois de seguir pela Via da Conciliação.

Este é um encontro delicado pelas diferenças entre Trump e o Santo Padre, no que diz respeito a questões como mudanças climáticas e imigração.

O milionário presidente dos Estados Unidos e o primeiro Papa latino-americano defendem modelos económicos e sociais opostos e entraram em choque em questões como a construção de um muro entre os EUA e o México para parar a imigração, a assistência aos pobres, as relações com o mundo islâmico, a estratégia no Oriente Médio e a necessidade de tomar medidas abrangentes para aliviar as mudanças climáticas.

Trump, que chegou ao Vaticano após passar pela Arábia Saudita e por Israel, dois importantes aliados dos Estados Unidos, procurará "convergências" com o líder de 1,3 mil milhões de católicos, depois de se reunir com os representantes de outras duas grandes religiões monoteístas, o Islamismo e o Judaísmo, apontam vários observadores.

A condenação do aborto, da eutanásia, do casamento gay, são alguns dos chamadas "valores inegociáveis" da Igreja Católica, temas igualmente rejeitados por Trump.

É "preciso encontrar as portas que estão ao menos um pouco abertas, entrar e falar sobre coisas comuns, e ir em frente, passo a passo", explicou em meados de maio o próprio Papa Francisco.

Antes de partir para sua viagem internacional, Trump aprovou um decreto sobre a "liberdade religiosa", que permite que os clérigos de todas as denominações se pronunciem sobre política, sem o risco de perder isenções fiscais concedidas por lei a organizações religiosas.

Para reativar o diálogo com o Vaticano, o presidente americano, um presbiteriano apoiado pelos setores ultraconservadores católicos, nomeou como embaixadora na Santa Sé Callista Gingrich, uma católica devota, terceira esposa do ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich, dos ​​republicanos, que apoiou Trump durante a campanha presidencial de 2016.

A paz será certamente um dos temas principais da reunião, de acordo com Francisco, que continua a denunciar as guerras que assolam o mundo, especialmente no Oriente Médio.

As relações entre Francisco e Trump estremeceram depois de, em fevereiro de 2016, a bordo do avião de volta para Roma, depois da viagem ao México, o Papa criticar as declarações contra os imigrantes do então pré-candidato republicano à Casa Branca.

"Uma pessoa que só pensa em fazer muros, onde quer que seja, e não fazer pontes, não é cristã", afirmou Francisco sobre a promessa eleitoral de Trump de construir na fronteira com o México um muro de 2.500 km, e deportar 11 milhões de imigrantes ilegais do seu país.

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