"Não mudei de postura. Eu disse que iria respeitar a lei", explicou Trump ao canal Fox News. "Os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) não têm normas, regulamentações ou leis, e temos que ser muito corretos", argumentou o pré-candidato republicano favorito para a indicação à Casa Branca.

"Eu respeito-as, mas não estou feliz por isso", continuou, admitindo que gostaria de "discutir essas leis". "Não jogamos na mesma equipa" que os extremistas, completou. "Não tive de modo algum uma mudança de postura. Eu obedeço a lei, mas (...) queria que flexibilizassem algumas leis", disse o milionário que recebeu duras críticas sobre o tema na sexta-feira, inclusive de seu próprio partido.

Durante a campanha e num debate com os rivais republicanos na noite de quinta-feira, Trump prometeu torturar os terroristas e matar as suas famílias. No dia seguinte, numa declaração ao jornal Wall Street Journal, disse que se fosse eleito respeitaria as leis. "Eu utilizaria todo o meu poder legal para deter esses inimigos terroristas. Entendo, entretanto, que os Estados Unidos estão comprometidos com leis e tratados, e não pediria a nosso Exército ou a outros funcionários que violassem a lei", escreveu Trump no jornal.

Na altura, as declarações de Trump sobre este assunto foram criticadas pelo ex-diretor da CIA. Michael Hayden afirmou que se Trump fosse eleito e seguisse estas ideias, as forças armadas norte-americana poderiam recusar-se a cumprir as suas ordens.

O governo de George W. Bush proibiu em 2006 o uso da simulação de afogamento e outras técnicas de interrogatório, depois do escândalo pelo seu uso, especialmente na CIA, contra suspeitas de terrorismo.