“Hoje, aquilo que resultou do encontro, um encontro entre europeus e aliados do outro lado do Atlântico foi (…) a insistência no caminho da paz, mas também a ideia de que se está preparado para todas as eventualidades e que essa é uma forma de dissuadir, de dizer: é bom que não aconteça, que tudo o que venha haver de agravamento na agressão à Ucrânia terá a resposta correspondente da parte da NATO, como tem tido da parte da União Europeia”, afirmou Marcelo rebelo de Sousa, no Porto.

Sobre o envolvimento da NATO no conflito entre a Ucrânia e a Rússia, o Presidente da República lembrou que a Aliança Atlântica é uma “aliança defensiva”, mas que dará resposta a um ataque.

“A NATO tem dito, diz sempre e dirá sempre que é uma aliança defensiva... O que hoje se diz é: não pensem que se formos atacados não nos defendemos. Não se diz 'nós vamos atracar-vos', uma aliança defensiva não ataca. Agora o que diz é que se utilizarem meios que signifiquem um ataque, uma agressão contra a NATO, a NATO não se fica, no sentido que responde em legitima defesa”, explicitou.

Para o chefe de Estado, os planos de invasão da Ucrânia pela Rússia falharam “em pontos fundamentais”, como a avaliação da reação internacional: “É evidente que falharam naquilo que foram os pensamentos de quem decidiu esta agressão, falharam pontos fundamentais. Falhou o ponto de que a Europa se ia dividir, não se dividiu. Falhou o ponto de que a NATO se ia dividir, não se dividiu. Falhou o ponto em que a União Europeia e a NATO não se iam entender, entenderam-se”, acrescentou.

“Falhou o ponto que dentro da NATO haveria uma visão europeia e uma visão americana, há uma só visão. Falhou a ideia de que seria uma resposta fraca aquela que a União Europeia daria, ou a NATO daria, foi uma resposta forte, sanções económicas e financeiras fortes, por um lado, e presença militar forte nas fronteira das NATO”, continuou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “se se esperava que não houvesse a resposta que houve, cometeu-se um erro, como porventura se terá cometido um erro ao subestimar a resistência ucraniana, achando que era vinha vindimada, não foi vinha vindimada, o que quer dizer que a ideia de que se chegava rapidamente ao fim e que se fazia tudo aquilo que se pensava que se podia fazer não ocorreu”.

No Porto, de visita à futura residência estudantil, a primeira gerida por uma Associação Académica, que ficará num espaço cedido pela autarquia, a propósito do Dia Nacional do Estudante, o ex-professor universitário apontou ainda um paralelismo entre a luta estudantil antes do 25 de Abril e a guerra na Ucrânia.

“O dia do estudante foi um dia importante para o 25 de abril há 60 anos (…) aquilo que se passa na Ucrânia é, à sua maneira também, na procura da paz, a procura da paz democracia e liberdade”, referiu.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.