"A ideia será colocar no papel um conjunto de medidas de desempenho municipal de sustentabilidade que sejam consensuais, quer para os municípios, quer para a academia, e que representam uma medida comparável do esforço que cada município faz", explicou Jorge Cerol, diretor-executivo do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica.
Este responsável falava em Águeda, durante a assinatura de uma carta de compromisso com a autarquia local que irá participar no projeto-piloto. Além de Águeda, há mais 19 autarquias em processo de adesão, mas a meta será atingir as 35, segundo os responsáveis pelo projeto.
Em declarações à Lusa, o diretor do CESOP referiu que, atualmente, os municípios portugueses têm práticas de sustentabilidade que não são mensuráveis. "Se não tiver capacidade de as medir, não sei se é muito ou pouco empenhado, não sei se estou a evoluir ou a regredir e não sei sobretudo demonstrar junto do Governo o esforço que estamos a fazer", explicou Jorge Cerol.
Com este projeto, pretende-se realizar um índice anual que permitirá posicionar a globalidade do esforço feito numa autarquia em nome da sustentabilidade.
"Cada município vai saber em que lugar está e a que distância está o primeiro e o último. Esses elementos são suficientes para se posicionar e saber o que tem de fazer para melhorar a sua ação", disse Jorge Cerol.
O primeiro ranking deverá estar pronto no final do próximo ano, mas o resultado não será divulgado por opção dos municípios, segundo o coordenador do projeto, José Fidalgo.
"O nosso grande propósito não é saber quem fica em primeiro ou em segundo. É transmitir uma ferramenta que ajude a dizer onde é que estou bem e onde é que tenho de melhorar", referiu o investigador.
O projeto "Territórios Sustentáveis" vai incluir ainda uma plataforma onde as boas práticas são disponibilizadas e a realização de seminários para troca de experiências.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, disse ter a perceção de que o município "está bem colocado" em termos de boas práticas de sustentabilidade, mas sublinhou que é "sempre possível melhorar".
"Este protocolo é mais uma ferramenta que vai permitir à Câmara de Águeda saber qual é o seu posicionamento face à s práticas que estão a ser desenvolvidas no país por outras autarquias e assim poder aferir do seu grau de ação e melhorá-lo tendo em vista servir melhor os seus munícipes", concluiu.
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