O Twitter instaurou, esta terça-feira, um processo judicial contra Elon Musk, depois de o empresário ter admitido, numa carta, que pretendia rescindir o acordo de aquisição da rede social por 44 mil milhões de dólares.

"Musk recusou-se a honrar as suas obrigações para com o Twitter e os seus acionistas porque o acordo que assinou já não serve os seus interesses pessoais", disse a empresa, citada pelo The New York Times.

"Musk aparentemente acredita que é livre de mudar de opinião, derrubar a empresa, prejudicar as suas operações, destruir o valor das ações e afastar-se", acrescenta o Twitter.

A batalha judicial, que agora se inicia e promete ser longa, tem como objetivo forçar o bilionário a adquirir a empresa.

O dono da Tesla e da SpaceX disse, na passada semana, que ia deixar cair o negócio alegando uma alegada “lacuna” no acordo por parte da empresa tecnológica.

Num documento enviado pelos advogados do empresário ao departamento jurídico do Twitter e publicado pela US Securities Market Commission (SEC, em inglês), o bilionário alegou que a empresa de tecnologia fez declarações "falsas e enganosas" ao assinar o acordo e que não lhe forneceu as informações de que necessita.

Por seu lado, o presidente do Twitter, Bret Taylor, anunciou, à data, que o conselho de administração da empresa ia "tomar medidas legais para fazer cumprir o acordo de compra" assinado com Elon Musk em abril passado.

Numa publicação no Twitter, pouco depois do anúncio de Musk, Taylor disse que o conselho de administração da empresa de tecnologia "está determinado a fechar o acordo ao preço e condições estabelecidos com Musk", pelo qual anuncia ações legais que serão levadas no tribunal de Delaware, onde se resolvem grandes disputas comerciais nos Estados Unidos.

Após ter apresentado em abril uma oferta de aquisição do Twitter por 44 mil milhões de dólares, o multimilionário, fundador e líder da Tesla, já lançou várias dúvidas sobre os dados revelados pelo Twitter sobre 'spams' e contas falsas e sobre as medidas adotadas para limitar a sua proliferação.

Para muitos analistas, a questão dos "bots" foi um pretexto para o empresário se retirar de um negócio sobre o qual poderá pagar muito acima do atual valor real da companhia. A este cenário associa-se ainda o impacto nas ações da Tesla, a maior empresa de Musk, e na sua própria fortuna pessoal.