"Todos os detidos foram condenados. Eles confessaram e revelaram informações sobre os planos contra a maioria do povo venezuelano e a sociedade democrática", afirmou o procurador-geral, Tarek William Saab, numa declaração à imprensa. "Não haverá contemplações legais e jurídicas contra qualquer um desses indivíduos", acrescentou.

Saab, da linha oficialista, detalhou as supostas conspirações reveladas ao longo de 2023 e no início de 2024, para os quais também foram emitidos mandados de prisão contra outras 11 pessoas, incluindo ativistas de direitos humanos, jornalistas e soldados no exílio.

O ministro da Defesa, o general Vladimir Padrino, também estava entre os supostos alvos do plano, de acordo com o procurador-geral.

Padrino afirmou que as operações das autoridades contra estas conspirações foram mantidas em sigilo porque coincidiram com "conversas" entre Maduro e os Estados Unidos, que levaram à libertação de presos na Venezuela em meio à flexibilização das sanções impostas por Washington ao país sul-americano.

O ministro culpou "a extrema direita venezuelana" pelos planos, termo normalmente utilizado pelos porta-vozes do governo para se referirem à oposição, com "o apoio" da CIA e da Agência Americana Antidrogas (DEA, na sigla em inglês).

Horas depois, Maduro pediu a "pena máxima" para os detidos e ordenou ao ministro da Defesa expulsar das Forças Armadas os militares acusados.

"É preciso aplicar a pena máxima [...] por terrorismo, por conspiração, por traição à pátria", disse o presidente no seu programa de televisão, que já tinha denunciado planos contra ele em 15 de janeiro.

Maduro, que aparece como candidato natural do chavismo à reeleição em 2024, denuncia frequentemente planos de conspiração para derrubá-lo, normalmente pelos mesmos responsáveis: EUA, a oposição e narcotraficantes colombianos.