Quando chegou ao Centro Nacional de Exposições de Santarém (CNEMA), o líder do Chega tinha à sua espera, estacionada, uma carrinha Bedford vermelha, um clássico com “uns 60 e tal anos”, segundo a estimativa de quem a trouxe.

Na parte de trás um cartaz com a cara de Ventura e os símbolos do Chega, apelando ao voto, e as propostas do partido a serem anunciadas a partir de um altifalante.

O presidente do Chega foi direto ao lugar do condutor e tentou pôr o veículo a trabalhar, o que se revelou uma tarefa um pouco difícil. Depois de uma ajuda, André Ventura pôs o carro a andar e deu uma pequena volta em frente ao CNEMA, em círculo, regressando ao lugar de onde arrancou.

“Nas eleições tenho que ir mais longe”, afirmou.

Já depois, em declarações aos jornalistas, o cabeça de lista por Lisboa considerou que “hoje o país também está perro, não é fácil conduzi-lo”, mas garantiu que o Cega tem “força para isso”.

“Este também foi difícil, o governo provavelmente será um bocadinho mais difícil”, afirmou, deixando um desejo: “Espero no dia 10 conseguir ligar o novo governo”.

Quanto à volta em Santarém, “no fundo foi a prova de arranque só”, disse, ou a “volta de aquecimento”, como comentou o deputado e cabeça de lista por Santarém, Pedro Frazão.

“No dia 10 vamos conduzir pelo país inteiro e atropelar o sistema todo”, considerou.

Questionado se daria boleia ao PSD, afirmou que “se for no banco de trás é uma possibilidade, só no banco de trás”.

“No banco da frente vai o Chega”, acrescentou.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.