Poucos dias depois do desaparecimento, o canadiano Chris Goodfellow, um instrutor de primeira classe, divulgou a sua teoria sobre o que podia ter acontecido. Uma teoria bastante simples, por sinal.
Depois de ver a atualização da informação nos dias que se seguiram ao acidente, Goodfellow acredita que a tripulação se deparou com um acontecimento importante durante a viagem, como por exemplo, fumo dentro da cabine provocado por um incêndio no trem de aterragem, que pode ter sido originado por um curto-circuito. Esse acontecimento justificaria a mudança de rota, que foi registada nos radares e depois de se ter perdido o contacto com o avião, para chegar ao aeroporto mais próximo.
Esta teoria ganhou força e popularidade nos últimos tempos por ser a única que simplifica o destino do Boing 777, e que pode acontecer em qualquer voo. Isto embora alguns técnicos coloquem reservas à possibilidade de, em caso de incêndio, o avião não ter caído rapidamente.
À procura no local errado?
Chris Goodfellow e Simon Gunson, um piloto privado, fundadores do grupo “VeritasMH370” acreditam que, dada a mudança de rota do avião, as buscas também estão a ser efetuadas na localização errada. De acordo com os seus cálculos, o local de busca deveria ser umas 500 milhas a sul da área que está a ser analisada pelas autoridades - uma área tão vasta que torna esta investigação uma autêntica procura de uma agulha no palheiro.
“Alguns de nós estão muito preocupados com a possibilidade de as buscas terminarem em breve sem absolutamente nenhuma solução e de facto pode ser necessária uma investigação privada para continuar a procurar a verdade. Os governos estão sem dinheiro e energia, mas este é um dos grandes mistérios da aviação de todos os tempos e cabe a todos nós, que temos interesse em segurança na aviação, tentar resolver o enigma”, escreve Chris Goodfellow no grupo que criou no Facebook.
Os fundadores do grupo estão dispostos a criar um crowdfunding para continuar a investigação deste acidente. Apesar de não serem especialistas em investigação de acidentes de aviação e de nunca terem pilotado um Boing 777, os dois profissionais da área acreditam que podem chegar a alguma pista que permita o desenrolar desta história.
Como prossegue a investigação dois anos depois?
O avião que partiu de Kuala Lumpur com destino a Pequim, na madrugada de 8 de março de 2014, desapareceu dos radares civis da Malásia aproximadamente 40 minutos depois de ter levantado voo. Um relatório publicado nesta terça-feira, quando passaram dois anos sobre o desaparecimento, indicou que este caso continua a ser um mistério.
“Até à data, os destroços do MH370 ainda não foram descobertos, apesar dasbuscas contínuas no sul do Oceano Índico”, refere um comunicado da equipa internacional de investigação, que não faculta novas pistas sobre o que aconteceu ao avião.
Pelo segundo ano consecutivo, a equipa de investigadores nada tem de novo para oferecer.
“O desaparecimento do MH370 não tem precedentes e a sua busca tem sido um dos maiores desafios da história da aviação. Equipas de busca trabalham sem descanso numa das zonas mais inóspitas do mundo”, afirmou o primeiro-ministro malaio, Najib Razak.
Uma operação liderada pela Austrália, em que também participam a Malásia e a China, prevê terminar, em junho, o rastreio de uma área de 120 mil quilómetros quadrados numa zona remota do Índico, restando analisar, neste momento, cerca de 30 mil quilómetros quadrados.
O aparecimento, no ano passado, de um fragmento na ilha francesa de Reunião figura como o único vestígio confirmado do avião descoberto até ao momento.
Esta segunda-feira, as autoridades aeronáuticas de Moçambique entregaram em Maputo, a um grupo de peritos malaios, uma peça encontrada no sul do país que pode pertencer ao avião da Malaysia Airlines.
O presidente do Instituto de Aviação Civil de Moçambique, João Abreu, disse à Lusa que a peça, encontrada por um turista norte-americano, ia seguir para análises na Austrália, considerando prematuro estabelecer uma ligação entre a peça e o avião desaparecido.
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