Um camião avançou sobre uma multidão numa zona comercial, no centro de Estocolmo, tendo embatido contra uma loja, indicaram as autoridades. Pelo menos quatro pessoas perderam a vida- uma já no hospital - e 15 ficaram feridas feridas. Nove pessoas continuam em estado grave.
O incidente ocorreu no cruzamento entre uma avenida e uma rua pedonal muito frequentada na capital, escreve a AFP. Detalha a BBC que o atropelamento ocorreu em Drottninggatan, um pouco antes das 15h00 (hora local).
Os serviços de segurança suecos estão a tratar a situação como um atentado.
A polícia divulgou, a meio da tarde de hoje, a imagem de uma pessoa sobre a qual pedia informações. Mais tarde, as autoridades esclareceram que sujeito na imagem não era suspeito de nenhum crime. Por volta das 19h47 (hora portuguesa) a polícia adiantou que foi feita uma detenção, sem porém adiantar pormenores. As investigações prosseguem.
Citado pela agência TT, o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, já reagiu aos recentes acontecimentos dizendo que a Suécia "foi atacada". Löfven diz ainda que, segundo todas as informações recebidas até agora, “se trata de um ato de terrorismo”. O responsável apelou ainda às pessoas para que sigam as indicações das autoridades.
Carlos Gustavo, rei da Suécia, reagiu aos acontecimentos através de um comunicado publicado no Facebook: “É com consternação que eu e a família real fomos informados sobre o ataque, esta tarde, em Estocolmo. O contexto e a dimensão total do acidente ainda não são conhecidos. Estamos a acompanhar de perto os desenvolvimentos, mas os nossos pensamentos estão com as vítimas e com as suas famílias”.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reagiu através do Twitter, onde apelou à união dos europeus. “Estaremos unidos em solidariedade para com o povo sueco. Um ataque a qualquer um dos nossos Estados-membros é um ataque a todos nós”, escreveu.
Entretanto, também através desta rede social, o antigo presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz disse estar "chocado com o ataque em Estocolmo. Os meus pensamentos estão com as vítimas e as suas famílias. O terror nunca vencerá", escreveu.
Muitas personalidades reagiram ao ataque, incluindo o Primeiro-ministro português, António Costa, e Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República.
As autoridades estão a utilizar as redes sociais para entrar em contacto com todos os que estão no país. Através do Twitter a polícia sueca pediu aos cidadãos que ficassem em casa e evitassem a cidade. "Espalhem a palavra por todos os que conhecem”, pode ler-se na publicação.
O camião terá sido roubado à empresa Spendrups. "Durante uma entrega no restaurante Caliente alguém atacou entrou na cabine do condutor e fugiu com o camião enquanto o condutor descarregava a carga", disse Mårten Lyth, diretor de comunicação da empresa à agência de informação TT.
Os acessos à cidade de Estocolmo estiveram condicionados, as linhas de metro e de comboio foram encerradas e, segundo a Reuters, a estação central de comboios de Estocolmo foi evacuada. Ao final da tarde o metro acabou por ser reaberto.
Escreve ainda agência que todos os ministérios foram encerrados e os ministros colocados em segurança. Foram também fechados dois centros comerciais no centro de Estocolmo, escreve a Associated Press.
As linhas telefónicas estavam a ficar lotadas, pelo que a Universidade de Estocolmo pediu pedir às pessoas que comunicassem através da internet. O mesmo pedido foi feito pelas autoridades.
A Suécia só havia sofrido um ataque até a data, em dezembro de 2010, quando um suicida detonou os seus explosivos na mesma rua pedonal de Estocolmo, deixando feridos ligeiros.
O trágico acontecimento em Estocolmo acontece a menos de um mês do atentado em Londres.
No passado dia 22 de março um homem de 52 anos, identificado como Khalid Masood, avançou com um carro sobre a multidão na ponte de Westminster. Depois, saiu do carro e esfaqueou um polícia quando tentava entrar no Parlamento britânico. No total, seis pessoas morreram, incluindo o atacante, e cerca de cinquenta outras ficaram feridas no atentado. O atentado foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), mas a polícia anunciou não ter “encontrado provas de qualquer ligação” de Masood ao autoproclamado EI ou à Al-Qaeda, ou qualquer prova de que se tivesse radicalizado na prisão.
No ano passado, a 14 julho, França saiu à rua, como acontece todos os anos, para celebrar a nação. Nessa noite, em Nice, um homem decidiu investir com um camião sobre a multidão que assistia ao tradicional fogo-de-artifício lançado no Dia da Bastilha. O ataque custou a vida a 86 pessoas e feriu mais de 400. Foi a primeira vez que na Europa se assistiu a este tipo de ataque. Meses mais tarde, em dezembro, um camião abalroou em Berlim o mercado de Natal de Breitscheidplatz, fazendo 12 vítimas mortais.
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