Doze denunciantes, representados de forma anónima em documentos judiciais sob o nome "Jane Doe", afirmam que o Departamento Federal de Investigação (FBI) dos Estados Unidos "não investigou adequadamente o abuso" e ignorou o interesse sexual de Epstein por jovens menores de idade.

O processo apresentado num tribunal de Nova Iorque diz que o FBI, durante mais de duas décadas, "permitiu a Jeffrey Epstein traficar e abusar sexualmente de dezenas de meninas e jovens".

"Jane Doe 1-12 entraram com esta ação para chegar ao fundo [...] do papel do FBI na rede criminosa de tráfico sexual de Epstein", acrescenta o documento.

A ação reivindica que, entre 1996 e 2006, o FBI recebeu com "grave negligência" uma série de relatos, queixas e pistas sobre tráfico sexual de mulheres e menores, abusos sexuais e violações de direitos humanos cometidos por Epstein e companhia.

Esta conduta da agência de investigação resultou "no abuso sexual contínuo de Jane Doe 1-12 por Jeffrey Epstein", de acordo com o processo.

As autoras da ação pedem uma quantia não especificada como compensação por danos e prejuízos. Esta ação chega após a revelação no mês passado de documentos judiciais que identificaram com nome próprio pessoas relacionadas com Epstein e a sua companheira Ghislaine Maxwell, entre eles os ex-presidentes americanos Bill Clinton e Donald Trump, que não foram vinculados ao caso.

Maxwell e Epstein formaram um casal no início da década 1990, antes de se tornarem cúmplices de crimes sexuais cometidos durante quase três décadas. Epstein, uma figura poderosa no mercado financeiro, chegou a ser acusado de violar jovens e suicidou-se numa prisão de Nova Iorque em agosto de 2019. Já em 2022, Maxwell foi sentenciada a 20 anos de prisão.