“Estou certo de que a Ucrânia e todo o mundo livre são capazes de vencer este conflito, mas a nossa vitória depende diretamente da nossa cooperação”, sustentou, segundo um comunicado da Presidência ucraniana.

Zelensky sugeriu uma série de medidas que contribuiriam para pôr fim à guerra, entre as quais o aumento das sanções impostas ao Irão, fornecedor de ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas) explosivos utilizados em massa por Moscovo para bombardear a Ucrânia.

A Rússia utilizou mais de 500 ‘drones’ Shahed-136 de fabrico iraniano contra a Ucrânia em setembro — um recorde, segundo o grupo de consultoria ucraniano Defense Express, que prevê que Moscovo recorra ainda mais a estes aparelhos baratos mas que estão a esgotar as defesas aéreas ucranianas.

O chefe de Estado ucraniano apelou também para a “aceleração dos trabalhos na UE” destinados a autorizar que os bens russos congelados revertam para o financiamento da reconstrução da Ucrânia, devastada por mais de um ano e meio de guerra e cuja recuperação é estimada em centenas de milhares de milhões de dólares.

O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, lamentou em setembro “falta de vontade” política no Ocidente em relação a esta questão.

Os aliados ocidentais congelaram mais de 300 mil milhões de euros de ativos do Banco Central russo e várias dezenas de milhares de milhões de bens diversos pertencentes a pessoas ou entidades sancionadas.

A Ucrânia, que depende fortemente da ajuda ocidental — militar e financeira — para enfrentar Moscovo, pede que esses fundos sejam colocados à sua disposição, mas os ocidentais alega obstáculos jurídicos.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro de 2022 uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 19 meses um elevado número de vítimas não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.

A invasão — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.