“Debati com o primeiro-ministro [kosovar] Albin Kurti a necessidade de reduzir as tensões no norte do Kosovo, retomar o diálogo facilitado pela União Europeia (UE) e aplicar os acordos sobre a normalização das relações entre Kosovo e Sérvia”, indicou Von der Leyen na rede social X (antigo Twitter).

“É fundamental derrubar as barreiras na região e aproximar os Balcãs Ocidentais da UE”, acrescentou a líder do executivo comunitário.

Noutra mensagem divulgada na X, Von der Leyen disse ter falado com o Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, sobre “a necessidade de um compromisso construtivo para apaziguar a situação no norte do Kosovo e fazer avançar a Sérvia no seu caminho em direção à UE”.

“Uma integração mais estreita entre a UE e os Balcãs Ocidentais é vital, especialmente perante a guerra russa contra a Ucrânia”, observou.

Ursula von der Leyen reuniu-se com Kurti e Vucic em Atenas, onde se encontra a convite do primeiro-ministro grego, Kyriacos Mitsotakis, e onde participará num jantar informal com líderes dos Balcãs Ocidentais e outros dirigentes da região, como o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Antes, na mesma rede social, Von der Leyen tinha afirmado: “Temos de aproximar muito os nossos amigos, os candidatos a membros da UE, e fazê-lo muito mais rapidamente”.

Inquirida sobre o que discutirão hoje na capital helénica, a dirigente europeia respondeu: “A perspetiva europeia dos nossos vizinhos e parceiros do Leste e dos Balcãs Ocidentais”.

Em finais de julho, Kurti pediu à UE para retirar “quanto antes” as medidas restritivas impostas ao seu país pelo incumprimento dos passos para reduzir as tensões no norte do território kosovar, sobretudo povoado pela minoria sérvia.

Em junho, Belgrado enviou tropas para a fronteira e colocou-as em estado de alerta máximo, após uma série de confrontos recentes entre os sérvio-kosovares, de um lado, e a polícia do Kosovo e as forças de paz KFOR (da NATO – Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), do outro.

As tensões acentuaram-se no final de maio, inclusive com confrontos violentos, depois de a polícia do Kosovo ter apreendido edifícios dos municípios do norte do Kosovo, onde a população sérvia está em maioria, para instalar autarcas kosovares albaneses eleitos em abril, num escrutínio boicotado pela população sérvio-kosovar.

As tensões prosseguiram durante os meses seguintes, com explosões de granadas de aturdimento perto de esquadras da polícia do Kosovo no norte do país, e com multidões sérvio-kosovares concentradas em protestos em frente aos edifícios das câmaras das cidades setentrionais.

A Sérvia e a sua ex-província Kosovo estão em conflito há décadas, recusando-se Belgrado a reconhecer a declaração de independência de 2008 do Kosovo.