A Web Summit, que aconteceu pela primeira vez em Lisboa, juntou milhares de pessoas de mais de 150 países e mais de 20.000 empresas, em três pavilhões da Feira Industrial de Lisboa, além do Meo Arena, reservado para as grandes palestras.

De manhã à noite foram pavilhões cheios, maioritariamente de jovens, maioritariamente vestidos de forma informal, muitos de t-shirt aproveitando a temperatura amena de outono, muitos de copo de plástico na mão e um cartão colorido ao pescoço com o nome e a função.

E centenas de pequenas e médias empresas, as chamadas “startups”, alinhadas em filas apertadas onde cada uma delas tinha como espaço para se apresentar um placar e por baixo um portátil, algumas com folhetos explicativos ao lado.

Foram empresas de todos os gostos e para todas as soluções, em áreas como a energia, a agricultura, inteligência artificial, jogos ou desporto, vendas ou cidades, transportes ou segurança, água, empregos ou relações sociais.

Foram empresas com nomes tão estranhos como Omknee, Hubela, Sapenta, Bercly ou Hole19, tudo explicado em inglês, a língua que toda a gente falava quando falava com quem não conhecia, ainda que fossem dois portugueses.

E pelo meio, distribuídos pelos pavilhões, mais palcos com mais pessoas a falar e muita gente a ouvir ou apenas sentada e agarrada ao telemóvel, a ferramenta mais usada ao longo dos três dias.

Num dos pavilhões a oferta de pipocas originava às 16:00 uma fila com 18 pessoas: três falavam entre elas, uma estava simplesmente na fila e as restantes estavam a olhar para o telemóvel.

Apesar dos milhares de pessoas não foram frequentes as filas a não ser para comprar comida ou bebida. Exceção para algumas empresas que ofereciam experiências de realidade virtual, como a TAP, que aproveitou o certame para dar a conhecer, virtualmente, o novo Airbus A330, os 14 novos aviões que chegam em dezembro, como explicou à Lusa Francisco Gaspar, no pavilhão da transportadora aérea.

Os óculos de realidade virtual mostram todo o interior do novo avião bastando ao utilizador fixar determinados pontos para que houvesse uma mudança de cenário.

Com fila também outra empresa, a NOS, que oferecia óculos de realidade aumentada, que reconhecem o espaço físico real e que lhe colocam elementos virtuais, como explicou à Lusa Diogo Simões, da empresa parceira IT People Innovation.

Aos visitantes oferecia-se a oportunidade de mudar o cenário, de interagir num estádio de futebol virtual e de ver ´trailers´ de filmes.

Segundo Diogo houve filas constantemente para experimentar, ainda assim bem mais pequenas do que a meia centena que aguardava para carregar num botão e poder ganhar um sapo de peluche chamado “zoltar”. Só que apenas saiam cinco “zoltares” por hora.

Nada que desmotivasse, que à falta de sapos havia sorrisos E conversas, e comer, e beber, e andar, e conversar, que a Web Summit deu muito que falar.