Inicialmente ninguém acreditou que o combate desta madrugada se realizasse. São dois desportos diferentes, duas artes diferentes, duas culturas diferentes. Mundos opostos. Um clássico, antigo e puro. Outro moderno, multidisciplinar e com apenas vinte anos de existência. Na mesma especialidade, Manny Pacquiao e Floyd 'Money' Mayweather demoraram cinco anos até acertarem todos os trâmites legais para se enfrentarem. Seria possível então que a maior estrela de artes marciais mistas partilhasse o ringue com um dos maiores rostos do boxe? Não deveria de ser. Mas, o certo é que, mesmo contra todas as expetativas, aconteceu, houve o espetáculo e decorreu sob o aparato normal destes eventos — celebridades nas primeiras filas, bilhetes a preços exorbitantes e muito reboliço na comunicação social em torno do assunto. E fez-se muito, muito dinheiro. A noite de 26 de agosto de 2017 ficará na história de ambos os desportos. E nos corações daqueles que acompanharam tudo o que se passou na T-Mobile Arena, em Las Vegas.

Esta foi a segunda “Luta do Século” nos últimos três anos. A outra aconteceu em maio de 2015, num combate de boxe em que Pacquiao considerou que tinha vencido porque o seu adversário “não fez nada”. Nessa noite, os juízes decidiram a favor daquilo que Floyd Mayweather melhor sabe fazer: frustrar a ofensiva do lutador que tem pela frente. Lutou doze assaltos, manteve o título de campeão e arrecadou 200 milhões de dólares. Este é, aliás, o filme de carreira dos últimos anos de Floyd Mayweather nos ringues. Ir à distância, pontuar mais que o adversário, não perder o combate e seguir para o próximo. Invicto.

Esta noite, a maioria das pessoas esperava algo parecido. Só que não foi isso que aconteceu. No primeiro assalto estudou, do segundo ao quarto aproveitou para retirar o gás do tanque do “gorila irlandês”. A partir do quinto abriu o jogo: não correu, não fugiu e mostrou que uma carreira de 20 anos passados nos ringues em combates de 12 assaltos não é brincadeira fácil para quem se está a estrear nestas andanças.

Mas o que significou esta noite? Porque estão todos os órgãos de comunicação a falar dele? Porque motivo teve este evento quatro conferências de imprensa em quatro países diferentes, todas elas em estádios ou locais apinhados de gente?

O mais consensual, pelo menos na imprensa internacional, é de que o irlandês tentou assumir o papel de um atleta de decatlo que achou por bem desafiar Usain Bolt numa corrida de 100 metros. No entanto, com uma pequena nuance: o Bolt teria 40 anos, longe do seu pico de forma e os seus tempos áureos já fazerem parte de um passado algo distante. Basicamente foi isto.

Só que era previsível que o irlandês figurasse como o derrotado no espetáculo — aquilo que acabou por acontecer — desta noite. Muito se especulou sobre as reais oportunidades de McGregor, mas a verdade é que há meros quatro anos ainda lutava como lutador amador de artes marciais mistas na Irlanda. E ter Floyd Mayweather Jr. pela frente é um desafio numa realidade completamente diferente. No entanto, apesar deste ponto, que se deixe a ressalva imediata: nada do que se passou hoje apaga os feitos que alcançou no MMA. Nem o facto de se ter estreado numa modalidade com um pugilista que é considerado o melhor da sua geração e que tem um registo (somada a vitória desta madrugada) de 50-0. Assim como não perdeu nada e até ganhou o respeito de muitos.

Até porque no decorrer dos primeiros assaltos desta madrugada em Las Vegas, houve tempo — por breves instantes — para ponderar uma surpresa no guião do evento. É que ao final do terceiro assalto, praticamente todos aqueles que estavam a assistir ao combate esboçavam um pouco de perplexidade com aquilo que se estava a passar no ringue: grande parte dos analistas e da imprensa dava os primeiros 9 minutos a McGregor. Só que tudo não foi mais do que a estratégia do "velhinho" Floyd: dar confiança ao "novato", deixá-lo desferir golpes pujantes e pensar que podia estar a um nível capaz de fazer aquilo que nenhum outro pugilista conseguiu. Como se verificou ... não estava.

Para falar desta noite, é preciso ter em conta as duas visões de quem acompanhou fielmente toda a dança em torno deste combate: a visão dos puristas do boxe e aqueles que seguem MMA. Se bem que mesmo dentro do boxe existisse muita alma que queria regozijar com a derrocada de Mayweather — porque não é de todo uma personalidade consensual, dentro ou fora do ringue —, muitos consideram que a intromissão de um lutador de outra especialidade, sem qualquer experiência profissional, vindo a público desafiar alguém que nunca tinha perdido um único combate, era sinal de um desrespeito. Não para com o Mayweather, mas sim para com a modalidade. Tudo muito no espírito de Quem é que este irlandês pensa que é?.

créditos: AFP PHOTO / John Gurzinski

Assim que se aguçaram os primeiros rumores do combate, não tardaram a aparecer as entrevistas, reportagens e artigos sobre quem apoiava o estreante e destemido McGregor. Existiu a necessidade premente de saber se era possível arrancar um resultado que ia chocar o mundo dos desportos de combate — e particularmente a comunidade do boxe. Era imperativo saber quais as suas hipóteses ou deslindar se as tinha, de todo.

Antigos lutadores de boxe sabiam o que diziam. Na sua esmagadora maioria, fizeram a previsão acertada: Conor não tinha qualquer tipo de hipótese de sair vitorioso. Manny Pacquiao, Amir Khan, Mike Tyson ou Roy Jones Jr. são apenas alguns exemplos.

Por seu turno, grande parte da comunidade MMA acreditava — ou queria acreditar — que era possível contornar estas adversidades. A inexperiência era colmatada com a envergadura e a juventude. Afinal, Floyd tem 40 anos e Conor fez 29. E testemunhos de personalidades como Tyson Fury, Evander Holyfield, Joe Rogan, Chris Eubank Sr. ou Sugar Ray Leonard vieram alimentar a esperança de que era possível haver surpresa.

Só que, em abono da verdade, acabou por se verificar que esta era uma luta mais emocional do que racional. Quem já nasceu numa época onde a cobertura, exposição e proximidade ao mundo de MMA é mais tenaz do que aquela que existe à do boxe, tende a desconhecer a realidade aposta. E foi exatamente isso que acabou se verificar: há de facto uma grande diferença entre os dois.

Quando a vontade e o querer não chegam

A noite já ia avançada em Portugal Continental. O relógio marcava perto das 04h00 da madrugada quando a estrela do MMA chegou à arena na costa oeste dos Estados Unidos. Quem tem por hábito assistir às suas batalhas no octógono, a chegada do irlandês de fato de alta costura, colete e de óculos de sol não é estranha. Faz parte da “persona” do showbiz a trabalhar. É a indumentária e o seu andar corriqueiro característico: peito aberto, passada arqueada e braços soltos.

Antes do combate, à Showtime, canal desportivo norte-americano, McGregor dizia que pesava perto de 77 quilos. “Sou todo trabalho em noite de combate. Não quero saber do seu registo [de 49 vitórias e nenhuma derrota de Floyd]. Uma luta é uma luta. O meu trabalho árduo, o meu foco, é onde vou buscar a minha confiança”, revelava. “Quero pintar uma bonita pintura [na noite do combate]. Vejo-me a ultrapassar a classe deste homem e pô-lo a dormir”, dizia. Tinha muita confiança, mas certo é que não pôs. Bem tentou, mas não conseguiu.

O seu oponente, no dia anterior, nas pesagens oficiais, pesava cerca de 67 quilos. Segundo estava estipulado, podia pesar mais. Nesta madrugada, deve ter lutado perto desse peso. São dez quilos de diferença. McGregor tinha mais poder de choque, mais poder de encaixe. Floyd dizia que nada disso interessava. O que realmente importava era “lutar”. Dedicada uma vida inteira ao pugilismo, revelou saber bem da poda. Não interessou.

Às 5h18 da manhã (em Lisboa), cantado o hino irlandês, McGregor subiu ao ringue pela primeira vez como lutador profissional de boxe. Num combate único, de exibição e que os fãs pagaram milhões de dólares para ver e assistir.

créditos: AFP PHOTO / John Gurzinski

O irlandês que sonhou jogar futebol no Teatro dos Sonhos, com as cores do Manchester United, em Old Trafford, estava agora numa T-Mobile Arena repleta, em Las Vegas, num dos mais lucrativos eventos desportivos de sempre — a título meramente ilustrativo, uma cerveja light no interior da arena custava 15 dólares.

Desde o tempo que McGregor se estreou no mundo das Artes Marciais Mistas (MMA) que sempre assumiu que o seu maior combustível era a crença quase irracional nas suas capacidades. O irlandês adjudica a máxima do livro “O Segredo” que se baseia na "lei da atração": nós atraímos aquilo que queremos atrair. No caso de Conor, é a fome do sucesso que o guia. E como pretende alcançar o sucesso, vai conseguir atrair o sucesso.

E foi bem assente nesta crença que sorri assim que chega ao ringue. Conor! Conor!, ecoava nas bancadas. Não se duvide: a sua popularidade é imensa. Já Mayweather fez o papel do vilão. Executou a caminhada de máscara preta no rosto, pronto a tomar de assalto o tapete, ostentando os seus 49-0 no caminho do estreante. Um turbilhão de emoções na arena. Muitos assobiam, outros estão com o norte-americano. Ele nunca quis saber. Aos que dizem mal dele, apenas diz: “não gostam, mas sabem quem sou”.

Conor é o primeiro a ser anunciado, ainda que não digam o seu registo. Afinal, não tem nenhum. Há quatro anos o campeão do UFC lutava para menos de 400 pessoas. Esta madrugada tinha uma arena lotada com perto de 20 mil. (E uns quantos milhões por televisão, internet e outros dispositivos.)

O 1º assalto foi de estudo para Mayweather. Atacou pouco, limitou-se a observar. Estava sereno, composto e equilibrado. McGregor tomava a iniciativa, chegou inclusive a meter as mãos atrás das costas como é seu apanágio e estava ativo e a mostrar agressividade. Fez aquilo que muitos diziam que não conseguia: encontrar caminho até à cara de Floyd. Fê-lo ainda algumas vezes. Ficou com este round para si. Nos cartões de contagem, estava em vantagem.

No segundo, recebe o primeiro aviso — havia de os continuar a receber durante os restantes assaltos muito por culpa da matreirice de Floyd — devido a alguns socos que desferiu na nuca do adversário: não estamos no octógono, aqui não vale. No entanto, acertava com alguns golpes.

Mais três minutos, mais do mesmo. O irlandês seguia em vantagem. A estas tantas, Bryan Armen Graham, jornalista do britânico The Guardian, escreveu: “estou chocado com isto que vou dizer - pelas minhas contas, o irlandês ganhou todos os rounds até agora”.

créditos: EPA/ARMANDO ARORIZO

Contagem 

Se teve curiosidade em seguir o combate, mas não sabe bem qual é o processo para efetuar essas contas, segue um parágrafo muito curtinho e sumário do sistema de pontuações do Sistema dos 10 Pontos do Boxe. É um pouco redutor, embora seja já um indicador de como se processa no momento de ajuizar. No ringue há um árbitro, mas não é este que determina quem ganha ou perde nos cartões de pontuação. Esse trabalho cabe a uma “mesa” composta por 3 juízes, que:

  • Avaliam numa escala de 10 pontos cada assalto (round). Na sua grande maioria, cada um terminará com o resultado 10-9, com o lutador mais dominante a receber 10 pontos e o seu oponente a receber 9;
  • Se o lutador for nocauteado (ir ao tapete), é-lhe deduzido um ponto. Se o for duas vezes, perde dois pontos. Se ambos os lutadores foram nocauteados, estes “cancelam-se” entre si;
  • Não é tão comum, mas existem casos onde um lutador é claramente dominador nos 3 minutos que duram o assalto. Nestes casos, um juiz pode avaliar o assalto por 10-8;
  • Por seu turno, caso o combate seja renhido, ambos os lutadores recebem 10 pontos;
  • Os árbitros podem retirar um ou dois pontos em caso de falta intencional. Contudo, por norma, antes da dedução, costuma apenas dar uma advertência verbal ao atleta;
  • Quer isto dizer que, para o jornalista do The Guardian, ao final de três assaltos, o “score” estava assim: Mayweather 27-30 McGregor.

4º assalto, o ponto de viragem 

Conor consegue acertar em Floyd com alguns golpes duros no torso, especialmente uma esquerda forte. Apesar de parecer ter levado a cabo uma entrada determinada no assalto, talvez culpa da previsão que fez aos jornalistas — de que arrumava o assunto neste específico assalto —, a verdade é que o norte-americano consegue contra-atacar e lentamente foi aumentado o ritmo do assunto. A um minuto do fim, o estreante foi dando os primeiros sinais que fisicamente estaria a ceder.

O cansaço aumentava, o corpo pedia uma paragem. Estava à vista de todos. E não era a primeira vez que isto acontecia ao irlandês. No UFC, já tínhamos assistido a esta situação no primeiro embate frente a Nate Diaz: entrada forte, determinada e onde tudo parecia controlado; depois, foi-se abaixo fisicamente. Mas, por agora, chegava um minuto de descanso em que Conor devorava o ar sentado no canto. Estava com uma respiração profunda.

Mas toca o sino e é hora de levantar do banco. No quinto assalto, Floyd abriu caminho e marcou passo. Aumentou ritmo, obrigou Conor a mudar de posicionamento e este mostrava sinais de fadiga. Logo quando era para entrar nos assaltos “à séria”. No final, Floyd empurra o irlandês pelas costas. O árbitro avisa o norte-americano, mas este ri-se. Ganhou os últimos dois rounds, está na sua praia e a jogar o seu jogo. Não se pode dizer que o mesmo se esteja a passar no canto oposto.

Antes de entrar para o ringue, McGregor tinha como trunfo a sua própria inexperiência. É que o facto de ter 0-0, iria deixar, supostamente, ‘Money’ Mayweather sem saber o que esperar do irlandês. Andre Ward, considerado um dos melhores pugilistas da atualidade, com um registo de 32-0, tinha dito na sua antevisão ao combate desta noite ao The Guardian que a imprevisibilidade era a única hipótese do lutador do UFC.

“Obviamente que McGregor está em clara desvantagem porque estão a competir no ofício de Mayweather, a sua disciplina. Mas tem a vantagem de ser diferente, um desconhecido, uma vez que o Floyd não sabe o que esperar”.

E o que significa estar no ringue com o Mayweather? Para chegar a um registo de 49-0 é preciso ser-se especial. É preciso ter algo que os outros não tem. É preciso ter algo que seja imutável. É esse fator especial que o fez igualar o recorde de outra lenda do boxe: Rocky Marciano. Esta noite, no entanto, passou.

créditos: EPA/ARMANDO ARORIZO

Quem o diz é Andre Berto, último adversário que Floyd derrotou. “Ele está sempre a olhar. Para tudo. Para ti, para o relógio, para o público. Estás sentado no canto e ele está a olhar para ti. E tu mudas logo a postura para não pareceres cansado. Ele conhece cada canto do ringue. Ele sabe tudo ao ínfimo pormenor para não ter que trabalhar demasiado. Ele empata, ameaça, manda-te com um jab, sabe que está na frente e sabe que ganhou o assalto. Sentes-te frustrado porque parece que estás a sentir que estás numa sessão de treino por não existir contacto”.

O fim anunciado

Nos assaltos seguintes Mayweather encontrou lentamente maneira de acertar com direitas assertivas no rosto de Conor. Foram várias, a um ritmo intenso, a controlar o espaço do ringue que levaram à derrocada no 10º assalto. Podia não lutar desde setembro de 2015, mas aqui mostrou que começar devagar permite acabar com força. É algo que marcou a sua carreira e no último combate — segundo afirmou em declarações no final — não foi diferente.

Faltavam 1:05 minutos para terminar o décimo round quando o norte-americano superou o registo de 49-0 de outra lenda do boxe: o peso-pesado Rocky Marciano.

“Uma vitória é uma vitória, não interessa como é que a ganhas. Rocky Marciano é uma lenda e espero chegar qualquer dia ao Hall of Fame", começou por explicar antes de fazer o anúncio (mais ou menos esperado) da noite. "Esta foi a minha última luta. De certeza. Esta noite escolhi o parceiro certo para a última dança”, disse o invicto pugilista, que agora reitera que se aposentou definitivamente.

McGregor, no entanto, ganhou o respeito de quem estava presente. No oitavo assalto, pareceu recuperar alguma energia e ainda tentou equilibrar as contas. Mas foi algo de pouca dura, pois no nono ameaçou cair — as pernas tremiam. Agora, pareciam frágeis penas à espera que qualquer leve brisa as fizesse balançar no resto da dança. Simplesmente já não tinham forças para se equilibrar.

Só que aquele que havia sido gozado pelos puristas do boxe nos aquecimentos há uns dias, tinha agora acabado de ganhar o seu respeito. Afinal, tinha-se aguentado e mostrado coração de guerreiro frente a um dos mais talentosos da arte durante 10 assaltos, na sua estreia.

créditos: AFP PHOTO / John Gurzinski

“Ainda assim penso que foi uma paragem algo prematura. Eu estava um pouco cansado. Ele [Floyd] estava mais composto nos seus socos. Mas tenho que dar o braço a torcer, 50 lutas profissionais fazem-te isso”.

Em MMA, Conor tem um registo de 21 vitórias e 3 derrotas, todas por submissão e no chão. Foi a primeira vez que perdeu de pé. E, esta noite, derrotado, voltou a mostrar novamente a razão pela qual é adorado e admirado por muitos. Foi humilde, revelou que já tinha perdido anteriormente quando os holofotes estão todos focados em si.

Confessou estar cansado, mas a perder o combate, queria perder indo ao tapete, por nocaute e não por nocaute técnico num momento interrompido pelo árbitro. “Fui estrangulado em direto em plena TV e voltei. Quando estás no ringue, tudo é diferente. Deixem o homem levar-me ao tapete. Isto foi fadiga, não foi dano”.

Não sabemos qual vai ser o próximo passo para o irlandês. Pelas declarações, nem ele próprio sabe. "Não sei se a minha próxima luta será no boxe", disse. Aos 29 anos, esta derrota não veio afetar, efetivamente, a sua carreira. Até porque a UFC, a principal promotora de Artes Marciais Mistas do mundo, depois do incidente com Jon Jones, outra das suas principais figuras, alegadamente apanhado por doping, bem que precisa do seu principal ativo em força.

No final, não havia um título oficial em disputa, mas nem por isso o vencedor saiu de mãos a abanar. A Comissão Mundial de Boxe forneceu um cinturão ladeado a diamantes e ouro a Mayweather.