A moção apresentada pelo Partido Ecologista "Os Verdes"(PEV) e que foi aprovada por voto unânime dos deputados municipais, manifestava "preocupação pela eventual decisão de prolongamento do tempo de vida da Central Nuclear de Almaraz, ignorando os impactos sobre o território e a população de Portugal".

O PEV condenava "a possibilidade de decisão do Governo espanhol sobre um projeto de construção de uma nova central de armazenamento de resíduos nucleares em Almaraz, devido aos evidentes impactos e riscos transfronteiriços".

Também a moção apresentada pelo Movimento Partido da Terra (MPT) foi aprovada por unanimidade.

Para além de "condenar a intenção do Governo espanhol de instalar um armazém temporário individualizado de resíduos nucleares", o MPT pretendeu também "saudar e incentivar todos os movimentos, organizações, partidos políticos e populações que se manifestem contra qualquer solução que prolongue a vida útil da Central Nuclear de Almaraz".

O documento saudava ainda "a posição do Governo, de apresentar queixa em Bruxelas".

Apenas a moção apresentada pelo Bloco de Esquerda, e que foi votada por pontos, mereceu uma votação diferente.

O ponto que recomendava à câmara "manifestar-se pela necessidade do encerramento da Central Nuclear de Almaraz" foi aprovado com a abstenção do PSD, enquanto aquele que previa uma saudação aos "manifestantes presentes em Lisboa no passado dia 12 de janeiro em Lisboa frente ao Consulado de Espanha" mereceu o voto contra do PSD e os votos favoráveis das restantes forças políticas.

Na segunda-feira, Portugal, através do Ministério do Ambiente, entregou à Comissão Europeia uma queixa contra Espanha pela decisão de construir um armazém de resíduos nucleares em Almaraz, sem avaliar o impacto ambiental transfronteiriço.

O Governo português defendeu que "não foram avaliados os impactos transfronteiriços", o que está contra as regras europeias.

A funcionar desde o início da década de 1980, a central está situada junto ao Tejo e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre, sendo Vila Velha de Ródão a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo depois de o rio entrar em Portugal.