Tiago Magalhães soma ao longo da carreira quatro títulos no campeonato nacional de velocidade de motociclismo. Com o arranque da prova marcada para o mês de maio, o piloto de Cascais assume, desde já, o objetivo principal: “ser de novo campeão nacional”. Ou mais precisamente, tricampeão. E somar, assim, cinco títulos nesta especialidade.

Campeão sempre ao serviço da Kawasaki, Tiago Magalhães muda de equipa e de moto, e corre, em 2017, aos comandos de uma Aprilia RSV4 RF, juntando-se à carismática marca de Noale, vencedora de 54 títulos mundiais. “É um regresso a uma casa com a qual fui vice-campeão, em 2010”, recorda.

A SuperBike está em exposição no Lisboa MotoShow, evento que decorre até ao próximo dia 9, na Feira de Internacional de Lisboa (FIL) e que junta desde as míticas Harley-Davidson, às urbanas Vespa, passando pela estradista BMW ou os ícones de velocidade como a Ducati ou Kawasaki.

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Acabada de chegar às mãos do piloto, este regozijou com o primeiro contacto tido. “Fiz 304 km/h em pouco mais de 1 quilómetro com todos os cuidados máximos e respeitando todos os parâmetros segurança”, diz sorrindo, referindo-se à experiência tida em autoestrada. “A moto estava longe de chegar ao limite do motor e o ponteiro andou com facilidade”, garante. A estreia em circuito está marcada para os dias 14 e 15, no autódromo do Estoril, numa prova de resistência.

Uma vida entre as duas rodas e os bolos de chocolate

Federado “desde os 7 anos” e tendo começado a andar de moto “aos cinco”, Tiago Magalhães fez o percurso com sucesso em quase todas as classes das duas rodas. “Fui campeão nacional de Enduro e Motocross”, recorda, títulos que somam aos quatro em Velocidade.

No ano passado aventurou-se e participou no Europeu de SuperBikes. “Foi um ano de experiência”, relata. Sobre o mesmo acrescenta: “custa 100 mil euros praticamente só para mim. São gastos enormes, muitos treinos, tem que ser tudo muito bem gerido”, explica ao mesmo tempo que assume que é “uma prova a que ambiciona voltar em breve”, agora com a Aprilia.

Focado no Nacional de SuperBikes, que decorre de maio a outubro, Tiago Magalhães, 33 anos, segue o plano de treinos ao lado do preparador físico no Centro de Alto Rendimento do Jamor. “O Bruno Jorge tem feito um trabalho espetacular. É o mesmo do Miguel Oliveira (Moto2) e do Hélder Rodrigues (enduro)”, sublinha. “Treino todos os dias, de 2ª a sábado”, anuncia.

A moto só entra em “track days” ou quando recorre ao aluguer de autódromos “como o de Braga, que é mais acessível”, ou nas “provas mensais”, frisa. “Não havia budget para ir todos os dias aos autódromos”, reconhece.

Habituado à velocidade, quando não está a treinar, em cima de uma moto, ou a olhar para ela ao lado do mecânico, Tiago Magalhães trabalha no negócio de família. “É uma fábrica de bolos”, um negócio iniciado pelos avós, em Trajouce, São Domingos de Rana. “Temos o melhor bolo de chocolate com nozes do mundo e a receita é da minha avó”, conta sorrindo, referindo-se aos doces que saem todos os dias da empresa familiar Alves & Alves e que alimenta as pastelarias de “Lisboa, Cascais e Margem Sul”, esclarece. “A minha família queixa-se de vez em quando [das motos] mas reconhece que é a minha paixão”, conclui.