Os bracarenses ocupam a quarta posição, a dois pontos do terceiro classificado, o FC Porto, tendo aproveitado o empate do Benfica em Moreira de Cónegos (0-0) para diminuir para três pontos a distância para o segundo lugar, e mantendo-se a cinco do líder Sporting.

“Nesta altura, com 12 jornadas decorridas, não há uma distância demasiada entre as equipas e creio que isso é um sinal de equilíbrio. Mas, tudo depende de como as equipas poderão passar o próximo mês [janeiro]. Nós esperamos ter a ‘final four’ da Taça da Liga, mais jogos acumulados. Será o mês determinante para avaliarmos o equilíbrio que possa existir”, disse na conferência de imprensa de antevisão da partida com o Vizela.

O treinador lembrou o caso brasileiro, em que o Palmeiras de Abel Ferreira recuperou uma desvantagem de 14 pontos e “foi campeão com todo o mérito”, o que “em Portugal seria muito difícil”, mas que serve de lema: “há que ter um plano do qual uma equipa não se pode desviar nunca, independentemente do momento que possa viver”.

O jogo em Vizela dá início a um ciclo de três partidas em nove dias, defrontando os bracarenses o Nápoles (terça-feira), para a Liga dos Campeões, e recebendo o Benfica no domingo seguinte (17 de dezembro).

“Gerimos [para o calendário] de forma muito realista e fria, olhamos para todos os jogos com a mesma ambição. Temos tido períodos de grande densidade competitiva e contra equipas de grande qualidade”, disse.

Os muitos jogos obrigam a uma rotação do plantel, que foi construído a pensar nisso, e “para dar resposta em todas as frentes”, nota Artur Jorge.

“Depois entra o meu trabalho. Tenho uma leitura mais fria do que o adepto ou o analista, trabalho todos os dias com os jogadores e sei os momentos que eles atravessam. Tento de uma forma justa escolher um ’11’ que dê a melhor resposta aos jogos e temos dado resposta. O Zalazar, por exemplo, fez um jogo tremendo com o Union Berlim [na Liga dos Campeões] e depois não jogou com o Estoril Praia, mas não sou doido, não jogou porque não está em condições”, disse.

Os vizelenses ocupam os últimos lugares tabela, enquanto o Sporting de Braga registou a terceira vitória seguida no campeonato e reduziu distâncias para os três primeiros nas últimas jornadas.

“Existem contextos diferentes traduzidos na classificação, mas diz-nos a experiência e o passado recente que, em termos de competitividade e em jogo, essa diferença diminuiu e temos que estar preparados para isso, para podemos confirmar a nossa fase ascendente, sempre com a intenção de irmos em busca de mais uma vitória e fazer um jogo competente para ultrapassar uma equipa que também procurará ganhar esse jogo”, disse.

A equipa somou diante do Estoril Praia a sexta reviravolta da época (3-1), situação que o treinador disse preferir que não acontecesse.

“Não é uma questão de masoquismo, há é a capacidade da equipa mesmo em situações desconfortáveis, como estar em desvantagem no marcador, não se desviar do plano. Temos que corrigir esses momentos, porque não podemos permitir que o adversário crie ocasiões de golo e as concretize, e podermos nós estar em vantagem. Esperemos, eu e os jogadores, que não se repita muitas vezes”, disse.

Considerando que a equipa tem sido “mais consistente nos últimos tempos”, o que é “sinal de crescimento e evolução”, Artur Jorge abordou ainda o facto de os bracarenses terem o melhor ataque da prova, com 33 golos, padrão ofensivo que o técnico identifica nas suas equipas.

“Temos tido a capacidade de sermos uma equipa que cria muitas situações de golo, também precisamos de eficácia alta para materializar o que criámos, mas tem sido um dos padrões das minhas equipas e não só este ano. É uma filosofia que procuramos que a equipa tenha”, disse.

Sporting de Braga, quarto classificado, com 26 pontos, e Vizela, 16.º, com 10, defrontam-se a partir das 15:30 de sexta-feira, no Estádio do FC Vizela, jogo que será arbitrado por Cláudio Pereira, da associação de Aveiro.