A União Desportiva do Songo sagrou-se campeão nacional de futebol em Moçambique. Um feito alcançado pela primeira vez no historial da equipa da província do Tete, que, por consequência, tem pela primeira vez na história do “Moçambola” uma equipa campeã.

O feito da formação liderada por Chiquinho Conde (primeiro jogador moçambicano no pós-independência a ingressar no futebol português e antigo jogador do Belenenses, Setúbal e Sporting Clube de Portugal, entre outros) foi alcançado quando faltam duas jornadas para o fim do campeonato (28ª jornadas disputadas) e em vésperas do feriado nacional moçambicano de hoje, 25 de setembro.

Com 62 pontos (mais dez que o Costa do Sol) soma 19 vitórias, 5 empates e 4 derrotas, mantendo-se invicto até à data em casa, onde só permitiu um empate, diante do Ferroviário da Beira.

Depois do título, a União Desportiva do Songo que sucede ao Ferroviário da Beira, vira baterias para a Taça de Moçambique. Com a dobradinha no pensamento desloca-se ao terreno da ENH de Vilankulo para a segunda mão das meias-finais da prova, após terem ganhado, em casa, por 1-0.

Na cidade da elétrica de Cahora Bassa, a mudança de nome deu um 2º lugar e um título

Fundado em 1982 e batizado então como Grupo Desportivo da Hidroelétrica de Cahora Bassa de Songo, o clube subiu à divisão principal do futebol moçambicano em 2009.

Localizado na vila de Songo, em Cahora Bassa, tem como “casa” o campo da Hidroelétrica de Cahora Bassa (também conhecido como Estádio 27 de novembro).

Em 2015, num assembleia-geral realizada a 9 de dezembro, os sócios decidiram mudar o nome do clube para União Desportiva do Songo, uma mudança que segundo a Rádio Moçambique noticiou então visava criar maior interesse no clube e garantir uma maior participação dos habitantes da vila do Songo.

Depois de rebatizado, o clube presidido por José Costa e com a liderança de Chiquinho Conde sagrou-se vice-campeão em 2016 e chegou ao primeiro título este ano.

Futebol em Moçambique. A normalidade de mudar de nome

A UD Songo nasceu com um nome diferente e esse fato não é original no campeonato moçambicano de futebol. A mudança de nomes dos clubes em Moçambique é, aliás, uma prática comum.

Os exemplos são inúmeros. A Liga Desportiva Muçulmana de Maputo, 1990, deixou cair o Muçulmana, o atual Clube Ferroviário de Maputo (1976), clube com mais títulos (10) foi fundado como Clube Ferroviário de Lourenço Marques, o Sporting Clube de Tete (fundado em 1936) ganhou novo nome em 1981 adotando clube dos Desportos de Chingale e o atual Clube de Desportos da Costa do Sol (1978) nasceu como Sport Lourenço Marques e Benfica (1955) e pelo meio foi chamado de (1976 a 1978) como Sport Maputo e Benfica.