O incidente ocorreu durante o jogo de sábado em casa do Bohemians 1905, em Praga, referente à 18.ª jornada do campeonato da República Checa, quando o guarda-redes Martin Berkovec caiu inanimado, com perda de consciência, após chocar com o seu colega de equipa Daniel Krch.
O avançado Francis Koné, de 26 anos, que já representou o clube português Olhanense na temporada de 2013/14, foi o primeiro a reagir e a assistir o guarda-redes Martin Berkovec, de 29 anos, puxando-lhe a língua para que não sufocasse, até à entrada da equipa médica do Bohemians 1905.
“Estava perto, porque estava envolvido no lance”, disse Francis Koné à agência noticiosa AFP, recordando que esta é a quarta vez que tem uma intervenção idêntica no relvado, assistindo jogadores em perigo de morte.
O porta-voz do Bohemians, Tomas Mutinsky, referiu que neste tipo de situações "cada segundo conta, pois a pessoa inconsciente que engole a língua começa a sufocar e o cérebro fica privado de oxigénio, pelo que se Martin está agora estável, uma grande parte do crédito vai para Francis".
O ato de Francis Koné ganhou ainda uma dimensão maior pelo facto de ele ser um jogador negro, muitas vezes agredido verbalmente com comentários racistas pelos próprios adeptos, e ter silenciado o estádio com um gesto que, muito provavelmente, salvou a vida do guarda-redes adversário.
“Não, não tenho formação médica, mas a primeira coisa que faço, numa situação destas, é puxar a língua da pessoa inconsciente”, disse ainda Francis Koné, nascido na Costa do Marfim, mas que optou por representar o Togo, país de onde é natural a mãe.
Francis Koné estreou-se pela seleção togolesa a 14 de junho de 2013, frente à Líbia (0-2).
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