Em comunicado, o SNE acusou o Governo de não responder aos “graves problemas que afetam os doentes” nem “aos apelos do Presidente da República para que o ministro da Saúde reunisse com os sindicatos do setor”.

Por isso, “dada a manifesta ausência de resposta e indisponibilidade do ministro da Saúde em iniciar um processo negocial com os enfermeiros”, o SNE convocou uma greve nacional, “a que se juntarão novas formas de luta”.

Os enfermeiros reclamam “a negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho Global aplicável aos enfermeiros e a revisão da tabela salarial”.

O SNE refere que “a maioria das reivindicações dos Enfermeiros se relaciona com a defesa da qualidade da enfermagem e do acesso dos doentes a cuidados de Saúde em tempo útil e de qualidade”, propondo “condições de trabalho dignas, planeamento e organização do serviço público e uma política correta de gestão de recursos humanos”, com “aumento da capacidade de resposta, desde os cuidados de saúde primários, passando pelos internamentos hospitalares, serviços de urgência, blocos operatórios e pela rede nacional de cuidados continuados integrados”.

Aos enfermeiros, o SNE pede que “denunciem todas as situações de potencial falência de segurança clínica, que podem causar dano ou custar a vida aos doentes”, aconselhando a entrega de “declarações de denúncia à Ordem dos Enfermeiros” e recomendando que não prestem serviço em condições de falta de segurança clínica, de acordo com as suas regras deontológicas.

Na quarta-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse que o Governo está a examinar as condições para voltar a negociar com os sindicatos médicos, reconhecendo que, apesar de estar em plenas funções, “não pode olhar para o futuro como antes da crise política”.

Na terça-feira da semana passada, o governante disse que está a fechar dossiês pendentes e recebeu na terça-feira o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) sobre a reclassificação da carreira dos enfermeiros, uma matéria que, segundo o governo, estava já na fase final de negociações.