A Justiça da República Islâmica já tinha bloqueado as atividades de uma joalharia e de um restaurante do ex-atleta em Teerão no início do mês.
Daei expressou apoio às manifestações provocadas pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda-iraniana de 22 anos, presa três dias antes por supostamente usar o lenço islâmico de forma inadequada.
Os media oficiais iranianos confirmaram que a família de Daei foi proibida de deixar o Irão por causa da sua "associação" com grupos antigovernamentais.
A mulher e a filha de Daei embarcaram num avião da Mahan Air em Teerão, mas o avião fez uma escala inesperada na ilha iraniana de Kish, onde as duas mulheres foram obrigadas a descer da aeronave, informou o ex-atleta de 53 anos, citado pela agência ISNA.
As duas mulheres "não foram detidas", acrescentou Daei. Mas "ninguém me deu explicações sobre este incidente. Não sei o que motivou essa decisão. A minha esposa e filha iam passar alguns dias em Dubai", acrescentou.
Segundo a agência IRNA, a esposa de Daei tinha prometido avisar a justiça iraniana quanto a qualquer plano de viagem ao exterior do país, "por causa das suas relações com grupos hostis à revolução islâmica e causadores de distúrbios".
Em outubro, o ex-atacante disse à AFP que a polícia tinha confiscado o seu passaporte por alguns dias quando regressou ao Irão, aproveitando também para denunciar ameaças sofridas pelo seu apoio às manifestações.
A 27 de setembro, Ali Daei, apelidado de 'Shahriar' ("rei" em persa), pediu às autoridades que "resolvessem os problemas do povo iraniano em vez de recorrer à repressão, violência e prisões".
Daei era o maior artilheiro da história do futebol masculino internacional até que em setembro de 2021 Cristiano Ronaldo o ultrapassou nessa estatística.
O atleta foi também o primeiro jogador iraniano a jogar na Europa, pelo clube alemão Arminia Bielefeld, antes de ingressar no Bayern de Munique e depois no Hertha Berlin.
O ex-atleta recusou-se a comparecer no Campeonato do Mundo, no Qatar, que contou com a participação do Irão, devido à repressão dos protestos.
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