Evitar que “o medo ou a preocupação” sobre a situação de Fukushima possam afetar a chegada de visitantes estrangeiros ao Japão é uma das prioridades atuais para o Ministério da Energia nipónico e para a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), disseram hoje os seus representantes em conferência de imprensa.

Os responsáveis pela gestão da Fukushima Daiichi destacaram os “grandes progressos” realizados na descontaminação das instalações nucleares, controlo das fugas radioativas e trabalhos preparatórios para o futuro desmantelamento.

“Nos últimos seis anos conseguimos estabilizar a situação na central”, afirmou Satoru Toyomoto, supervisor do processo de desmantelamento da central Fukushima Daiichi do Ministério da Energia, Comércio e Indústria japonês.

“Trabalhamos para continuar a melhorar a situação e para que esta não represente nenhuma preocupação para os turistas”, afirmou Toyomoto aos jornalistas em Tóquio, dias antes do sexto aniversário, a 11 de março, do terramoto e tsunami que desencadearam o desastre nuclear.

Na mesma linha, Naohiro Masuda, diretor dos trabalhos de desmantelamento da TEPCO, sublinhou que os níveis de radiação dentro da central e nos seus arredores “continuam estáveis”, pelo que “não há nenhum impacto possível” sobre os residentes da zona nem sobre o meio-ambiente.

Não obstante, admitiu que a TEPCO enfrenta o desafio de proteger a saúde dos 5.850 funcionários que trabalham diariamente nas instalações nucleares para a descontaminação e desmantelamento da central, uma tarefa que pode prolongar-se por 30 ou 40 anos.

Os trabalhos de limpeza e do pavimento dentro da central permitiu a retirada da maior parte das partículas radioativas emanadas do acidente, e fizeram com que os níveis de radiação a que estão expostos os trabalhadores sejam cada vez menores, segundo Masuda.

Além disso, valorizou os passos dados para investigar o estado interno dos reatores, um processo necessário para o futuro desmantelamento realizado atualmente por vários modelos de robôs, e que permitiu pela primeira vez estimar os níveis de radioatividade no coração das instalações atómicas.

Quanto à acumulação de toneladas de água altamente radioativas em tanques após o seu uso para refrigerar os reatores, o técnico disse que ainda estão a ser estudadas várias opções experimentais, assim como a sua descarga para o mar após a remoção de parte dos isótopos radioativos.

O acidente de Fukushima Daiichi é considerado o pior desde o de Chernobil (Ucrânia) em 1986.

As fugas resultantes impedem que milhares de pessoas que viviam perto da central possam regressar às suas casas, e prejudicaram gravemente a agricultura, pesca e pecuária local.