Ladies first”. Traduzido do inglês para português, “Primeiro as senhoras”. Ditam, assim, as regras de boa educação. E é com cavalheirismo que a UEFA dita o calendário dos jogos mais aguardados do ano.

Cardiff, no País de Gales, é o palco da final da Liga dos Campeões de 2017. Final, não. Finais, porque como se escreveu atrás, primeiro entram em campo as senhoras.

A final da Liga dos Campeões de futebol feminina, hoje em Cardiff, vai opor duas equipas francesas. Lyon, campeão em título, e o Paris Saint-Germain. Começa as 19h45 (transmitida em Portugal no canal Eurosport) no City Stadium com capacidade para 33 mil espetadores.

“O que eu espero é que consigamos muitas pessoas locais (na final) para testemunhar o que será um evento fantástico e competitivo. É mais importante para as crianças do que o Natal deste ano”, declarou Jayne Ludlow, embaixadora da Liga dos Campeões e selecionadora do País de Gales, em entrevista ao site da UEFA sobre a final 2017 em Cardiff.

Francesas são rainhas das finais com novo formato

A Final da Liga dos Campeões no feminino disputa-se desde o ano 2002-2003, batizada de UEFA Women's Cup, jogada, então, a duas mãos até à época 2008-2009. O FFC Frankfurt, da Alemanha, foi, nesses anos a equipa dominante, com três troféus conquistados e uma final perdida.

Desde o ano 2008-2009, a competição muda de nome, Liga dos Campeões e passa a ser disputada num só jogo. E com este novo formato o Lyon conquistou três títulos e é finalista vencido em duas ocasiões.

Na soma, a formação alemã tem quatro troféus e seis finais disputadas. O Lyon é a equipa com maior palmarés na competição desde que ganhou o novo formato, na época 2009-2010, e poderá igualar o feito das alemãs caso vença o seu sexto jogo decisivo. Já para o Paris Saint-Germain esta é a segunda vez que tentará levantar o troféu, depois de ter sido derrotado em 2015 pelo FFC Frankfurt, da Alemanha.

Como curiosidades desta final, a espanhola Veronica Boquete representava a equipa alemã em 2015 e defende hoje as cores do PSG, as jogadoras Sarah Bouhaddi, Wendie Renard, Camille Abily e Le Sommer estiveram em todas as finais ganhas pelo Lyon e Patrice Lair, treinador do Lyon poderá, caso vença, ser o primeiro treinador com três títulos.

Por último, desde 2010, somente numa ocasião não se falou francês no jogo mais aguardado da UEFA.

A entrada em campo dos cavalheiros

Mas se há uma final francesa na Liga dos Campeões feminina, fato que sucede pela primeira vez, no que aos homens diz respeito, é uma final latina com espanhóis (Real de Madrid) e italianos (Juventus). Algo que não é novo.

O Principality Stadium (Estádio Nacional de Gales), com capacidade para 74.500 espetadores é o palco dos sonhos para os jogadores na noite de sábado (19h45), 3 de junho, uma partida que terá transmissão na RTP.

Real Madrid e Juventus repetem a final de 1998, com a vitória, então, a sorrir para os espanhóis com golo do sérvio Predrag Mijatović. Os italianos surgiram em Amesterdão na terceira final consecutiva, enquanto o Real de Madrid se estreava numa final com o novo formato da competição.

Entre Taças dos Campeões e Liga dos Campeões, o Real Madrid, atual detentor do título, soma 11 troféus. Foi três vezes finalista vencido e tem o record de cinco taças seguidas, entre 1950-1960. E pode ser a primeira equipa, no atual formato da Liga dos Campeões, a vencer duas vezes seguidas a competição.

A Juventus tem duas Taças dos Campeões (1985 e 1996) é a equipa com mais finais perdidas. Seis no total, sendo a última em 2015, perdida frente ao Barcelona (3-1), em Berlim.

Em Cardiff, Ronaldo atingirá a sua quinta final. E Gareth Bale, o segundo jogador mais caro do mundo terá uma receção especial. Ainda não se sabendo se irá jogar, fora de campo quase tudo gira à sua volta. Natural da cidade, ali começou a dar os primeiros pontapés, tem casa e um restaurante-bar.

Para além do busto de Bale, que não deixa ninguém indiferente, tem painéis publicitários com o seu rosto e com a inscrição “BT welcomes you to Cardiff”.

Durante três dias, Cardiff será a cidade dos campeões com duas finais realizadas em dois estádios separados por cerca de 2.5 quilómetros. Primeiro as senhoras. Depois entram em campo os cavalheiros.