Nico Rosberg ganhou o título de campeão do mundo de Fórmula 1 em 2016. No entanto, esta sexta-feira, anunciou a sua retirada com efeitos imediatos.

O alemão sagrou-se campeão a semana passada, ultrapassando o inglês e companheiro de equipa, Lewis Hamilton, no quadro de pilotos. Num comunicado na sua página oficial do Facebook, Rosberg começa por explicar:

“Nos 25 anos que passei nas corridas, o meu grande sonho sempre foi ser campeão mundial de Fórmula 1. Com muito trabalho duro, dor e sacrifícios, foi o meu objetivo. E consegui-o. Escalei a minha montanha, estou no topo e sinto-me bem”.

“Em Abu Dhabi, logo no domingo de manhã, sabia que poderia ser a minha última corrida e esse sentimento deixou-me relaxado. Queria apreciar toda a experiência, sabendo que seria a última vez. Depois as luzes apagaram-se e passei pelas 55 voltas mais intensas da minha vida. Tomei a minha decisão na segunda-feira à tarde”, escreveu alemão.

Trata-se de uma decisão súbita e surpreendente, que chocou o mundo automobilístico, mas que conta com a bênção do diretor da Mercedes, Toto Wolff.

Wolff diz que Rosberg “escolheu abandonar no pináculo da sua carreira, como campeão do mundo, atingindo o sonho de criança. A claridade do seu discernimento fez-me aceitar a sua decisão logo no momento quando me informou.”

A Mercedes ainda não apresentou o nome do futuro companheiro para 2017 de Lewis Hamilton.

“Vamos levar o tempo necessário para avaliar as nossas opções”, esclareceu Wolff.

Rosberg tornou-se no domingo, em Abu Dhabi, o 33.º campeão mundial da categoria rainha do desporto automóvel e o terceiro alemão, num total de 12 títulos conquistados por pilotos germânicos apenas nos últimos 23 anos, sete pela mão de Michael Schumacher e quatro pela de Sebastian Vettel.

Rosberg apenas precisava de terminar no pódio para suceder ao pai, o finlandês Keke Rosberg, campeão mundial de F1 em 1982, independentemente do resultado de Hamilton, e o alemão manteve-se sempre no controlo das operações, mesmo quando Hamilton tentou uma manobra a roçar o desespero.

O britânico, que tinha partido da ‘pole position’, desobedeceu reiteradamente às ordens da equipa para acelerar na fase final da prova e, pelo contrário, reduziu a velocidade, mas mantendo-se sempre a salvo de uma ultrapassagem de Rosberg, que deitaria tudo a perder.

A estratégia do campeão cessante tinha como objetivo permitir a aproximação de Vettel (Ferrari) e do holandês Max Verstappen (Red Bull) e colocar Rosberg sob pressão, mas o alemão nunca esteve em risco, graças também à superioridade do Mercedes, que já tinha assegurado o título de construtores com grande antecedência.

“Estou muito orgulhoso por ter conseguido reeditar o feito do meu pai”, confessou Rosberg, que se tornou o segundo filho de um campeão mundial de F1 a seguir os passos do pai, depois do britânico Damon Hill, filho do bicampeão Graham Hill (1962 e 1968), em 1996.

Rosberg cruzou a meta a 439 milésimos de Hamilton, que chegou ao 53.º triunfo da carreira e ao 10.º neste ano, ainda que tenha poucas razões para o festejar, enquanto Vettel completou o pódio, depois de ter terminado a 843 do vencedor.

Rosberg estreou-se na Fórmula 1 em 2006, tendo estado nos quadros da Mercedes desde 2010.