Carlos Carvalhal

Nas últimas semanas assistimos à chegada de mais um treinador português ao principal escalão do futebol inglês. Já a caminho do seu terceiro ano em terra de sua majestade, a experiência adquirida na Championship ao serviço do Sheffield Wednesday terá dado razões suficientes para o Swansea colocar o seu destino nas mãos de Carlos Carvalhal.

Apesar de ainda ser muito cedo para fazer qualquer juízo de valor, o facto é que o clube galês, na Premier League desde 2011, está paulatinamente a recuperar terreno e já só está a três pontos de sair da zona de despromoção, apesar de ainda permanecer no último lugar. Com duas vitórias, um empate e uma derrota até ao momento, os próximos jogos serão decisivos para se começar a perceber quais as reais chances do Swansea escapar à descida de divisão.

No calendário da equipa comandada pelo técnico luso seguem-se Arsenal (C), Leicester (F), Burnley (C), Brighton (F) e West Ham (C), pelo que no início do mês de março poder-se-á perceber melhor o impacto de Carlos Carvalhal nos Cisnes.

Marco Silva

Vamos especular? Não vale a pena! O Watford deixou bem claro o porquê do treinador português ser ‘convidado’ a sair. Diz o clube em comunicado que o catalisador para decisão foi a abordagem indesejada/não autorizada (ao treinador), algo que os Hornets acreditam ter deteriorado significativamente a concentração de Marco Silva e que, no final do dia, se repercutiu nos resultados da equipa, ao ponto de ter colocado em causa o futuro a longo prazo do Watford. Tudo isto sem nunca mencionar diretamente o Everton, que em meados de novembro, depois de despedir Ronald Koeman, terá feito uma abordagem ao clube ou ao treinador, não se sabe ao certo, sobre a possibilidade deste rumar aos azuis de Liverpool.

A justiça no despedimento do treinador, baseado na sua performance, é inexistente. Não foram poucos aqueles que não acharam correta a forma de abordagem do treinador português ao tema ‘Everton’, mas também não foram igualmente poucos os que se colocaram de imediato na pele de Marco Silva, entre eles, Gary Lineker

Se tivermos em atenção as palavras de Lineker e recuarmos no tempo, percebemos que o Watford não tem um treinador que faça duas épocas completas desde 2009/10, 2010/11. O escocês Malky Mackay é a exceção que confirma a regra de gestão do Watford no que aos treinadores diz respeito. Sete treinadores em três anos e quatro meses deve estar (se não o é) perto de recorde inglês de número de treinadores em menos tempo.

Independentemente da razão para o despedimento de Marco Silva, ambas as partes terão a sua quota de culpa num processo e numa época que não fazia prever este desfecho. Ainda assim, com a ligeireza com que se estão a despedir treinadores, e com tantos clubes no ‘sufoco’, é muito provável que dentro de poucas semanas o treinador português seja chamado para tentar salvar alguma das equipas mais abaixo na tabela classificativa.

Para percebermos melhor o impacto que o episódio ‘Everton’ teve na carreira de Marco Silva, combinando os resultados do português no Hull City e no Watford, antes da tão falada abordagem, o técnico, com equipas diferentes, fez 29 jogos - a apenas nove de uma liga completa - conquistando 36 pontos. O que o deixaria, numa posição extremamente confortável em qualquer edição da Premier League. Por exemplo, na época passada, estaria num confortável nono lugar. Depois de 17 de novembro de 2017, a história começou a escrever-se de outra maneira. Com 13 jogos jogados, Marco Silva conseguiu conquistar apenas 11 dos 39 pontos em disputa. Apresentando um recorde de apenas três vitórias, dois empates e umas desapontantes oito derrotas.

José Mourinho

Como já vinha sendo anunciado, há já algum tempo, o clube que confiou no seu treinador por mais de vinte cinco anos parece estar de volta à regularidade e confiança. Ainda que a perder a batalha direta com o rival da mesma cidade, o United sabe da qualidade do trabalho feito por José Mourinho e confia no mesmo para, devagar, colocar os Red Devils, de novo no topo do futebol inglês e europeu, pelo que a renovação de contrato do português acaba por ser algo previsível.

Vivem-se tempos difíceis, onde o excesso de dinheiro e a competitividade é enorme, o que significa que as escolhas e opções na construção de um plantel são fulcrais e contam cada vez mais. Com o espírito renovado após a chegada do chileno Alexis Sanchez, o United poderá ter oportunidade reduzidas de ganhar títulos esta temporada, mas parece estar focado no futuro, a fim de organizar desde já a próxima temporada. Com o novo contrato, José Mourinho, caso o cumpra, fará nove épocas em Inglaterra. E, com quase toda a certeza, não serão as últimas. O português parece ter vindo para ficar.

Esta semana na Premier League

Temos uma pausa para jogar a competição mais antiga do mundo, a FA Cup. Ainda assim, a pausa é de curta duração, já que a liga inglesa está de volta na terça e quarta-feira, dias 30 e 31 de Janeiro respetivamente, sendo que o prato principal será servido quarta-feira pelas 20h, com o Manchester United a visitar o Tottenham.

Última nota para Carvalhal que, a completar o seu quinto jogo ao serviço dos Swans, jogará o seu terceiro contra um ‘grande’, desta feita, o Arsenal de Wenger, na terça-feira pelas 19h45. Depois de refrear os ânimos do Liverpool, seria um prazer vê-lo agora criar ainda mais consternação no Arsenal.