Rúben Amorim, apresentado hoje como novo técnico dos minhotos, não tem as habilitações necessárias para treinar na I Liga (IV nível do curso de treinadores) e a ANTF considerou, na quinta-feira, que a sua contratação é uma "vergonha", que "mancha a classe dos dirigentes e desprestigia a imagem do futebol português".

"As declarações do presidente da ANTF são de uma tamanha injustiça, porque o Sporting de Braga foi dos clubes em Portugal que mais valorizou os treinadores portugueses", começou por responder António Salvador, durante a conferência de imprensa de apresentação de Rúben Amorim.

O líder ‘arsenalista' lembrou, "desde Jesualdo Ferreira a Jorge Jesus, passando por Domingos Paciência, Leonardo Jardim, José Peseiro, Sérgio Conceição, Paulo Fonseca ou Abel Ferreira, que era o treinador que há mais tempo estava ligado a um clube em Portugal".

"Hoje, estamos perante um défice de treinadores de qualidade com a tal carteira ou documentação. Isso é um problema que deve ser debatido. Há uma nova geração de treinadores de qualidade e é inconcebível que não possam treinar cá. Não se pode estar oito anos à espera para tirar um curso. A ANTF e outras entidades devem discutir e resolver, senão não estamos a prevenir o futuro do futebol português", advertiu.

O presidente dos bracarenses garantiu que o clube "vai cumprir todos os regulamentos que a lei manda", frisando que na nova equipa técnica há dois treinadores, Micael Sequeira e Jorge Vital, com o IV nível.

Já Rúben Amorim desvalorizou a polémica: "Não tenho tido um conhecimento tão profundo porque tenho tido muito que fazer. Entendo as críticas, mas tenho que fazer o meu trabalho e é esse o meu foco".

"Joguei em muitas posições em grandes clubes, tive processos disciplinares, algo de que não me orgulho, tive lesões e já tive decisões como treinador que refletem a minha maneira de ser", disse.