Tänak, que ainda procura o primeiro triunfo em ralis do Mundial, destacou-se no primeiro troço de Ponte de Lima, durante a manhã, ainda na ‘sombra’ do finlandês Jari-Matti Latvala (Toyota Yaris), que viria a se despistar na segunda passagem pelo local, quando o estónio chegou ao topo.

Apesar do arranque fulgurante do vencedor do Rali de Portugal de 2015 e segundo do Mundial, o segundo dia, que começou com o francês Sébastien Ogier e o norueguês Mads Ostberg, ambos em Ford Fiesta, a repartirem o primeiro lugar, conheceu mais quatro comandantes e oito vencedores diferentes de especiais, sendo que apenas o neozelandês Hayden Paddon (Hyundai i20) repetiu o feito.

“Tentei fazer o meu melhor, foi complicado, mas estou muito contente com este dia e com a liderança, espero conseguir manter o andamento amanhã [no sábado]”, afirmou Tänak, que detém 4,6 segundos de vantagem sobre o espanhol e seu companheiro de equipa Dani Sordo, segundo classificado, e cinco sobre o tetracampeão do mundo, terceiro classificado apesar de ter andado a ‘limpar a estrada’.

O estónio foi o mais rápido na primeira especial de Ponte de Lima, registando o mesmo tempo dos Citroën C3 do irlandês Craig Breen e do norte-irlandês Kris Meeke, que viria a desistir na segunda passagem pelo troço.

O vencedor em Portugal no ano passado sofreu um furo e depois partiu a suspensão do seu C3, numa classificativa acidentada, com o despiste de Latvala, segundo do Mundial, e a paragem do carro de Paddon, que já tinha ocorrido na terceira especial do rali.

“Está tudo a acontecer ao mesmo tempo. O carro estava a responder bem. Este não é o resultado que pretendemos, mas estamos na direção certa e temos de continuar otimistas”, referiu Paddon, o primeiro líder do dia que acabou relegado para o 24.º posto, a 10.56 minutos do primeiro lugar.

Apesar de ter o seu Yaris danificado, Latvala acabou por não ser tão penalizado, estabelecendo-se no 13.º lugar, a 4.46 minutos: "Claro que não é agradável, mas sabemos que o Toyota é rápido e que podemos lugar por vitórias”.

Também o belga Thierry Neuville (Hyundai i20), terceiro do Mundial e vencedor das últimas duas provas, lamentou o abrandamento em Ponte de Lima, responsabilizando Latvala pelos cerca de “20 segundos perdidos”.

“Espero que o nosso tempo seja revisto, tenho quase a certeza que será”, sublinhou Neuville, sexto colocado, a 22,6 segundos, fechando o lote de mais rápidos, todos muito próximos, entre os quais se incluem Breen, que reconheceu estar numa classificação inesperada, e o britânico Elfyn Evans (Ford Fiesta), notoriamente satisfeito pelo desempenho.

No sábado, a partir das 09:08, os pilotos enfrentam seis especiais de classificação, casos do renovado percurso de Vieira do Minho (22,47 km), o regressado de Cabeceiras de Basto (22,30 km), que estreia a parte final, e o tradicional troço de Amarante (37,55 km).

Miguel Campos é o melhor português em prova

Miguel Campos mantém-se como melhor português no Rali de Portugal, num dia marcado pelas desistências de José Pedro Fontes e Miguel Barbosa.

Fora das contas do Campeonato Nacional de Ralis, mas com o assumido objetivo de ser o melhor português nesta 51.ª edição do Rali de Portugal, Miguel Campos (Skoda Fabia R5) tem feito uma corrida `à parte´ entre os pilotos nacionais.

A assinalar 25 anos de carreira nos ralis, o piloto de Famalicão foi o mais rápido nas oitos especiais de classificação do dia, deixando Pedro Meireles (Skoda Fabia R5) a mais de dois minutos de distância.

Pedro Meireles, com o objetivo de ser o primeiro entre os pilotos que lutam pelo título nacional de ralis, que já conquistou em 2014, acabou por beneficiar da desistência do líder do campeonato, José Pedro Fontes (Citroen DS3 R5), após despiste em Viana do Castelo, primeira prova especial de classificação do dia. Também Miguel Barbosa, com problemas numa das rodas do Skoda Fabia R5, foi forçado a abandonar, deixando o piloto de Guimarães mais cómodo na frente.

A fechar o pódio entre os portugueses está agora Joaquim Alves (Ford Fiesta R5), a mais de dois minutos de Pedro Meireles.

Com a desistência no Rali de Portugal, José Pedro Fontes terá hipotecado o sonho do `tri´, já que, devido aos problemas físicos que resultaram do acidente, pode ter em risco a participação no Rali Vidreiro (9 e 10 junho) e também no Rali da Madeira (3 a 5 agosto).

Cumprindo os regulamentos que `obrigam´ os pilotos a abdicarem de uma das provas internacionais - Açores, Madeira ou Rali de Portugal -, o bicampeão nacional havia já optado por não participar no Rali dos Açores, ficando numa posição delicada no objetivo de revalidar o título nacional de pilotos.

Um segundo dia do Rali de Portugal marcado ainda pelo incidente com Manual Castro, obrigado a desistir após um princípio de incêndio no Hyundai i20 R5, quando procedia ao reabastecimento no final da secção da manhã, e também pelo abandono de Diogo Salvi (Skoda Fabia R5).