"Dói porque fomos os primeiros a querer  chegar a um acordo", disse Suárez à rádio uruguaia Sport890, referindo-se àqueles que criticaram a lentidão dos jogadores em aceitar baixar os salários em 70%, com o objetivo de aliviar a situação das finanças da equipa catalã no meio da interrupção do futebol.

"Sabemos qual é a situação em que o clube se encontra, a situação em que o mundo está hoje e era só um detalhe mínimo. Mas foram ditas coisas (como) que os jogadores não queriam ceder; que os jogadores de basquetebol e de andebol tinham chegado a um acordo e nós não".

"Não chegamos a um acordo, porque estávamos à espera da melhor solução para o clube e para nosso benefício e a tentar ajudar os funcionários", acrescentou. "Ninguém se recusou, porque sempre quisemos colaborar".

O jogador também aproveitou a oportunidade para solicitar que o governo uruguaio decrete a quarentena obrigatória.

"É a melhor solução para o bem de todos. Sei que no Uruguai é difícil, porque muitas pessoas vivem do dia a dia (...) mas se nem todos nos unirmos e formos todos para o mesmo lado, será difícil sair dessa situação", disse ele.

Por outro lado, garantiu que nunca pensou em voltar ao país para passar a quarentena, assim como fizeram os uruguaios Diego Godín e Édinson Cavani.

"Se for para correr o risco de expor minha família para ir ao Uruguai e ficar enclausurado, sinceramente, prefiro cuidar dos meus, cuidar de toda a população (...) e ainda mais saindo de um dos países com mais infectados, como a Espanha", afirmou.

Suarez disse que a interrupção foi útil para se recuperar da lesão no joelho que o mantinha longe dos relvados. "Com tudo isso, não vou mais perder nenhum jogo", disse ele.

Mas também previu que o retorno será árduo. "Será difícil voltar ao normal... há equipas que estão a ter muitos prejuízos, com a perda da receita da televisão, da venda de produtos e que são difíceis de recuperar porque as pessoas não terão dinheiro para obter essas coisas".