Comparando o número com o mesmo período dos últimos três ciclos, verifica-se uma diminuição, pois no final de 2015, Portugal contava com 46 participantes assegurados no Rio2016, em 2011 tinha 41 a caminho de Londres2012, e em 2007 eram 44 com passaporte ‘carimbado’ para Pequim2008.
No atletismo, por exemplo, eram já 16 os atletas qualificados a pouco mais de meio ano do Rio2016, num ‘bolo’ total de sete modalidades asseguradas no final de 2015, um número superado em 2019: está já garantida a presença portuguesa em 10 desportos.
A assimetria nos processos de qualificação e a ausência da qualificação de qualquer seleção coletiva tornam a comparação mais complicada, com a grande maioria dos desportos a passar por processos de apuramento, por ‘ranking’ ou através de torneios, ao longo da primeira metade de 2020.
Para o diretor desportivo do Comité Olímpico de Portugal (COP), Pedro Roque, esta redução explica-se sobretudo por dois fatores, o mais significativo a ausência da participação no futebol, que no Rio2016 garantiu, desde logo, a participação de 18 futebolistas.
Por outro lado, no atletismo, “mudou o sistema de qualificação”, explica à Lusa, e a qualificação através de uma marca pré-definida é agora “muito mais exigente do que no passado”.
“Tivemos 15 atletas no campeonato do mundo, mas só seis conseguiram a marca que até aqui é pedida para os Jogos Olímpicos. (…) Depois há a via do ‘ranking’, para quem não consegue as marcas estabelecidas”, nota o dirigente.
Nesta modalidade, já ‘lá estão’ João Vieira, nos 50 km marcha, Evelise Veiga, Patrícia Mamona e Pedro Pablo Pichardo, no triplo salto, e Carla Salomé Rocha, na maratona.
Assim, e pelo ‘ranking’, pode dizer-se que há vários atletas “quase virtualmente qualificados”, mas a confirmação oficial só acontecerá em 2020, depois de terem sido apurados os resultados das várias provas pontuáveis.
Fora do atletismo, “há alguma assimetria” nos números de apurados, mas Roque está confiante de que os números vão eventualmente atingir a previsão de “entre 70 a 75, eventualmente 80″ atletas em Tóquio2020, até porque as diferenças estão “nos ‘timings'” e não tanto no desempenho desportivo.
“Neste momento, temos 10 modalidades qualificadas. Se considerarmos que o judo, o skate, o triatlo e até, eventualmente, o ténis têm atletas em posição mais do que privilegiada para ir, perspetivamos um mínimo de 14 modalidades”, acrescenta.
Fora destas, há ainda possibilidades noutras modalidades, do taekwondo ao remo, karaté, golfe, badminton ou na esgrima, além da “ténue esperança” de uma modalidade coletiva, através do andebol masculino, que em janeiro disputa o Europeu de andebol, onde só uma equipa se qualifica diretamente mas que serve de apuramento para um torneio de qualificação.
Dos atletas destes desportos depende também a representação em termos de variedade, já que, em 2016, Portugal esteve em 16 modalidades diferentes.
Por outro lado, há neste momento “quase uma paridade entre masculino e feminino na participação olímpica”, e o COP tem “como objetivo essencial ter no mínimo 40% de representação feminina nos Jogos”, podendo chegar mesmo à paridade.
Os Mundiais de Szeged, na Hungria, apuraram seis canoístas, cinco deles homens: além de Fernando Pimenta e Emanuel Silva, prata em Londres2012, há também João Ribeiro, Messias Baptista, David Varela e Teresa Portela, a que se junta, no slalom, Antoine Launay, apurado nos Mundiais de La Seu d’Urgell.
A canoagem tem a maior comitiva com o passaporte já ‘carimbado’, com uma quota de três atletas na equitação, duas no ciclismo e cinco nadadores: Alexis Santos, Gabriel Lopes, Ana Catarina Monteiro, Diana Durães e Tamila Holub.
Ao lado de Filipa Martins e de Frederico Morais, que marca a estreia do surf no programa olímpico, está também Fu Yu, no ténis de mesa, uma quota na vela, em 49er, para dois atletas, e João Paulo Azevedo, no tiro com armas de caça.
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