De acordo com o jornal Marca, foi o próprio presidente interino da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) em funções, Pedro Rocha, já que Rubiales está suspenso, a comunicar a decisão a Vilda. O treinador que venceu o Campeonato do Mundo de futebol com a Espanha ainda tinha contrato por mais um ano.

Vilda estava desde 2016 aos comandos da seleção feminina. A decisão vem no seguimento da polémica Rubiales, onde o presidente suspenso da RFEF deu um beijo a Jenni Hermoso, jogadora, após a conquista do título mundial na Austrália.

Jorge Vilda, refira-se, foi uma das pessoas que aplaudiu Rubiales no discurso em que este último anunciou que não ia demitir-se, mesmo perante as críticas.

Ainda hoje, a RFEF, através de uma comunicado, emitiu esta terça-feira um pedido de desculpas face aos acontecimentos após o triunfo de Espanha no Mundial feminino 2023, marcados não só, mas fortemente pelo beijo do então presidente, Luis Rubiales, à futebolista Jennifer Hermoso.

"A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), através do seu presidente, Pedro Rocha (ndr: em funções face à suspensão de Rubiales), considera imprescindível pedir as mais sinceras desculpas ao futebol mundial, às instituições do futebol (FIFA, UEFA), aos e às futebolistas, especialmente às jogadoras da seleção espanhola e da seleção inglesa e aos adeptos de todo o mundo, pelo comportamento totalmente inaceitável do seu máximo representante institucional durante a final e nos momentos posteriores", afirma a RFEF, na carta aberta de Pedro Rocha, divulgada pelos meios do organismo, ao início desta tarde.

A RFEF sublinha que o que aconteceu "não corresponde em absoluto aos valores do conjunto da sociedade espanhola, das suas instituições, dos seus representantes, dos seus desportistas e dos dirigentes do desporto espanhol".

"Esta nobreza e prestígio internacional da nossa sociedade e do nosso desporto foram manchados nos últimos dias pela atuação de Luis Rubiales. O dano provocado ao futebol espanhol, à sociedade espanhola e ao conjunto dos valores do futebol e do desporto foi enorme. A RFEF quer transmitir, ao conjunto da sociedade e do futebol mundial, o seu máximo pesar pelo sucedido", prossegue Pedro Rocha, na comunicação feita.

Sublinhando que "acontecimentos como estes não podem voltar a acontecer nunca mais», é referido ainda que "a atuação do Sr. Rubiales não representa os valores que defende a Federação Espanhola, nem os valores da sociedade espanhola» e «a sua atuação deve ser atribuída única e exclusivamente a ele, visto que é o único responsável pelos seus atos perante a sociedade, perante os organismos desportivos e, se for o caso, perante a justiça".

"Neste sentido, para proteger o futebol espanhol e garantir que estes comportamentos não se repitam, pôs-se em marcha imediatamente uma investigação exaustiva dos acontecimentos e das medidas subsequentes adotadas por Rubiales. Ao mesmo tempo, o conjunto dos presidentes das federações-membro da Federação espanhola exigiu a imediata demissão do presidente e comprometeram-se a levar a cabo uma profunda revisão de todas as políticas e procedimentos da organização. O compromisso de todos eles é unânime e firme para disponibilizar, nos próximos dias, um conjunto de ações que melhorem a governação da RFEF e permita reparar, na medida do possível, o dano causado. A RFEF deve atuar de maneira coordenada com o Conselho Superior do Desporto para servir os interesses gerais do futebol espanhol", aponta, ainda.