“Significa a normalização interna e também uma mensagem para o exterior depois de o banco ter reconhecido à cabeça desafios que tinha e de os ter enfrentado com vigor e de forma rápida”, disse Nuno Amado, agradecendo aos funcionários do banco “terem feito um caminho muito difícil, mas que foi ultrapassado”.

O presidente do BCP falava, em Lisboa, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro semestre (período em que teve lucros de 89,9 milhões de euros), e no mês em que o banco voltou a pagar na totalidade os salários aos seus trabalhadores.

Desde meados de 2014 que os trabalhadores do BCP com remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais tinham os salários cortados (entre 3% e 11%), no âmbito da reestruturação do banco acordada com Bruxelas que se seguiu à ajuda estatal, com fecho de balcões e a saída de de trabalhadores num programa de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo. O banco disse no início deste mês, numa carta aos funcionários, que os cortes salariais permitiram salvar 400 postos de trabalho.

Já hoje, Nuno Amado voltou a falar de uma promessa feita nessa carta aos trabalhadores, de que, quando o banco tiver dividendos para distribuir pelos acionistas, o Conselho de Administração proporá em assembleia-geral o pagamento de prémios pelos funcionários que compense (ainda que parcialmente) os cortes.

“Há um compromisso do banco de, logo que tenha resultados distribuíveis, possa fazer distribuição em prémio [aos trabalhadores] para ir amortizando esse crédito”, disse Amado.

Quanto às poupanças conseguidas pelo BCP com os cortes salariais, o gestor estimou em 13 milhões de euros por ano.

Contudo, é de referir que tanto em 2014 como este ano (2017) os cortes abarcaram apenas parte do ano.

Sobre o número de trabalhadores do BCP, Amado reiterou o dito em março, de que após os cortes de pessoas dos últimos anos agora haverá um processo normal de saídas.

O BCP tinha em junho de 7.303 trabalhadores em Portugal, menos 30 do que no final de 2016, e 596 agências.

Nuno Amado não deu ainda indicações de quando é que o principal dono do banco, o grupo chinês Fosun, poderá reforçar a sua posição, atualmente de cerca de 25%, referindo que esse é um assunto do acionista.

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