A redução da Arábia Saudita, com efeitos a partir de julho, vai continuar em agosto e "pode ser prolongada" depois desse período, indicou a agência noticiosa oficial, citando fonte do Ministério da Energia.

"A fonte confirmou que essa redução voluntária adicional reforça as medidas de precaução tomadas pelos países da OPEP+ com o objetivo de apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados petrolíferos", acrescentou a agência.

A decisão mantém em cerca de nove milhões de barris diários a produção do país.

Ao anunciar a redução no mês passado, após uma reunião de produtores de petróleo, o ministro saudita da Energia, Abdelaziz bin Salman, precisou que poderia ser "extensível".

Em abril, vários países da OPEP+, aliança que reúne os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e 10 aliados, incluindo a Rússia, decidiram fazer uma redução voluntária na sua produção em cerca de um milhão de barris por dia, uma decisão inesperada que apoiou momentaneamente os preços, sem conseguir mantê-los em alta por muito tempo.

Os produtores de petróleo têm sido confrontados com a queda dos preços e uma forte volatilidade dos mercados, consequência da invasão russa da Ucrânia e da vacilante recuperação económica da China.

Pouco depois do anúncio da Arábia Saudita, a Rússia declarou que vai reduzir as exportações de crude em 500.000 barris por dia em agosto.

"No quadro dos esforços que visam equilibrar o mercado, a Rússia vai diminuir voluntariamente as entregas aos mercados petrolíferos em 500.000 barris por dia em agosto, reduzindo as exportações nessa quantidade", afirmou o vice-primeiro-ministro Alexandre Novak, citados pelas agências russas.

A Rússia já tinha anunciado em fevereiro passado uma diminuição da produção em 500.000 barris por dia, uma medida que disse querer manter até ao fim de 2024. A decisão anunciada hoje diz respeito às exportações e não à produção.

A reação do mercado às decisões anunciadas por Riade e Moscovo foi discreta. O petróleo Brent, de referência na Europa, subiu 0,98% para 76,15 dólares o barril e o petróleo norte-americano WTI aumentou 1,02% para 71,36 dólares, longe dos picos atingidos em março de 2022, no início do conflito na Ucrânia, quando os preços chegaram perto de 140 dólares.

Desde o início do ano, o Brent baixou 11% e o WTI caiu 7%.