"Não receio pelo futuro da fábrica", disse à agência Lusa Fernando Gonçalves, que justificou a confiança demonstrada com as informações recolhidas numa recente deslocação que fez à casa mãe da Volkswagen, na Alemanha, mas que se escusou a revelar antes dos plenários previstos para esta quarta-feira.

Quanto às propostas do caderno reivindicativo da Comissão de Trabalhadores que deverão hoje ser discutidas nas diversas reuniões plenárias, Fernando Gonçalves também remeteu eventuais esclarecimentos para a próxima quinta-feira.

Confrontado com a notícia avançada terça-feira pela rádio Antena 1, de que uma das reivindicações seria um aumento salarial de 6,5%, Fernando Gonçalves não confirmou nem desmentiu.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa convocou para hoje reuniões plenárias (08:00, 15:30 e 23:40) com os trabalhadores dos três turnos na sequência da decisão da administração da empresa de avançar, em finais de janeiro de 2018, com um novo horário de produção de 17 turnos semanais, face à rejeição de dois pré-acordos negociados previamente com a Comissão de Trabalhadores.

Apesar de se tratar de um acordo imposto unilateralmente, a administração da Autoeuropa promete pagar os sábados a 100%, acrescidos de mais 25%, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais.

A decisão da administração de avançar com um novo horário de forma unilateral é contestada pela Comissão de Trabalhadores, que defende o regresso às negociações para definir os novos horários de laboração contínua e respetivas condições de remuneração.

Se entretanto não houver entendimento entre a administração e os trabalhadores, o novo horário de laboração contínua deverá vigorar até ao mês de agosto de 2018.

A Autoeuropa promete, no entanto, discutir o período após agosto de 2018 com a Comissão de Trabalhadores.

Os novos horários de laboração contínua preveem quatro fins de semana completos e mais um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses para cada trabalhador.