No seu relatório anual, o banco central do país helénico prevê ainda um excedente primário para este ano — que exclui o pagamento da dívida — de 0,7%, bem como a queda significativa da inflação, que se situará numa média de 4,4% este ano.

De acordo com o documento, a dívida pública grega situava-se em 171% do PIB no final do ano passado, o que representa uma queda de 35 pontos percentuais face a 2020.

Por outro lado, o Banco da Grécia chamou a atenção para o facto de “um possível período eleitoral prolongado” e consequente incerteza política poder vir a afetar negativamente a economia do país.

As eleições legislativas da Grécia terão lugar a 21 de maio, embora não tenha sido descartado que o primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, possa convocar, em breve, novas eleições para repetir o ato, no âmbito de uma nova lei eleitoral, que concede assentos adicionais ao vencedor.

O relatório do Banco Central evidenciou ainda que a credibilidade fiscal, com o registo de superavits primários de 2% do PIB a médio prazo, poderá vir a fazer com que a dívida pública do país recupere, pela primeira vez em 12 anos, o chamado “grau de investimento”.

Kyriakos Mitsotakis tem-se mostrado otimista de que a Grécia possa vir a recuperar, este ano, o grau de investimento, caso as próximas eleições venham a permitir “um governo estável”, com ele no comando.

Nos últimos dois anos, a Grécia registou níveis elevados de crescimento, com 8,4% em 2021 e 5,9% em 2022, bem acima da média da zona euro de 5,2% e 3,5%, respetivamente.

A Comissão Europeia espera que a economia da zona euro, à qual a Grécia pertence, cresça em média 0,9% este ano.