Um intervalo que deriva em função de vários cenários, que variam de acordo com a duração e a intensidade da crise.

No relatório sobre a estabilidade financeira publicado hoje, o Banco de Espanha estima que o pior dos cenários, com uma “tensão severa e prolongada”, o crescimento seria reduzido em 2,5 pontos percentuais (p.p.) entre finais de 2017 e 2019, o equivalente a mais de 25.000 milhões de euros.

“Este cenário significaria uma redução de cerca de 60% do crescimento considerado no cenário base para o conjunto da economia espanhola e uma recessão na economia catalã”, indica o relatório.

Num outro cenário, com tensão provisória acompanhada de incerteza, a perda acumulada do produto seria de 0,3 pontos percentuais, mais de 3.000 milhões de euros.

O Governo espanhol prevê um crescimento de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 e 2,3% no próximo ano.

O Banco de Espanha considera, por outro lado, que uma perda da confiança pode levar as famílias a realizarem uma maior poupança, com uma redução do consumo e adiamento das suas decisões de aquisição de compras de bens de consumo duradouro e de compra de habitação.

No que diz respeito às empresas, estas poderão atrasar a realização de novos projetos de investimento assim como a decisão de contratar mais trabalhadores.

O Governo catalão realizou, em 01 de outubro último, um referendo considerado ilegal pelo Estado espanhol no qual os 43% dos eleitores votaram por 90% a favor a independência da região.

O executivo espanhol, em Madrid, anunciou na última sexta-feira a demissão do Governo catalão, a dissolução do parlamento regional e a marcação de eleições para 21 de dezembro próximo.