Para já, esta auscultação não tem caráter vinculativo, mas servirá para saber quantos clientes lesados querem de facto assinar o contrato de adesão à solução encontrada para minimizar as perdas e que foi encontrada pelo grupo de trabalho que reuniu durante mais de um ano com a Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o Banco de Portugal, o 'banco mau' BES e o Governo, através do advogado Diogo Lacerda Machado.

O mecanismo encontrado visa compensar parcialmente os 4.000 clientes que investiram, aos balcões do Banco Espírito Santo (BES), 434 milhões de euros nas empresas Espírito Santo Financial e Rio Forte, e cujo investimento perderam com o colapso do Grupo Espírito Santo (no verão de 2014).

Os clientes que aceitem a solução irão recuperar 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor investido.

Por exemplo, quem fez uma aplicação de 400 mil euros receberá 250 mil euros, o valor máximo possível para esse montante, ainda que seja abaixo dos 75%. Já para uma aplicação de 600 mil, serão pagos 300 mil euros.

Ou seja, os clientes assumem perdas, mas recebem dinheiro por que teriam de esperar anos, provavelmente, para recuperar em processos em tribunal e de forma incerta.

O pagamento será feito por parcelas, sendo que 30% do total será recebido logo após o cliente assinar o contrato de adesão, que agora se prevê que aconteça entre junho e julho, enquanto o restante valor será pago em mais duas parcelas, em 2018 e 2019.

Segundo informação avançada por fonte envolvida neste processo, a adesão deverá ser superior a 90%.

O jornal Público avançou na terça-feira que quase todos os lesados que tinha até à altura respondido (80%) à proposta de pagamento de parte das poupanças aceitaram a solução encontrada.

De acordo com aquele diário, dos 2.000 clientes lesados, 1.600 já tinham respondido até sexta-feira da semana passada e a percentagem de aceitação supera a percentagem necessária para viabilizar a criação do fundo, que terá de reunir, no mínimo, 50% dos clientes.

Esta quinta-feira, o presidente do Novo Banco, que está a organizar esta recolha de intenções dos clientes lesados, disse que a proposta está a ser “muito bem recebida”.

“As intenções parecem ser em número muito significativo, o que significa basicamente que a proposta terá sido muito bem recebida por parte das pessoas a quem foi oferecida”, afirmou António Ramalho, em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência no Porto.

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