Já no que respeita aos dividendos do BFA relativos ao exercício de 2014 que ainda não foram transferidos, no montante de 29,2 milhões de euros, diz o banco que aguarda "a respetiva autorização de transferência a muito curto prazo", no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em setembro, quando a administração do BPI propôs a venda de 2% do BFA à operadora angolana Unitel, por 28 milhões de euros, foi dito que essa operação seria feita no pressuposto que a Unitel faria "todos os esforços que sejam possíveis" para pagar até 9 de dezembro de 2016 os dividendos do BFA relativos aos exercícios de 2014 e 2015, no valor global de 66 milhões de euros.

O BPI está em processo de venda de parte da sua participação no BFA, decorrendo hoje à tarde a assembleia-geral de acionistas no Porto para deliberar sobre a operação.

Esta decisão já era para ter sido tomada na assembleia-geral de 23 de novembro, mas a reunião magna foi suspensa por proposta do CaixaBank, tendo o banco espanhol (maior acionista do BPI, com 45,50%) justificado que queria esperar pela confirmação do Banco Central Europeu (BCE) de que a venda parcial do BFA é suficiente para solucionar o excesso de concentração de riscos do BPI em Angola.

Contudo, os jornais adiantaram que a verdadeira razão estaria relacionada com o Caixabank querer pressionar os angolanos a pagarem os dividendos ainda em falta relativos ao banco em Angola.

Ainda quanto a outros pagamentos, esta segunda-feira à noite, também em comunicado ao mercado, o BPI informou que recebeu a 9 de dezembro da Unitel 30 milhões de dólares (28 milhões de euros) "correspondentes à última parcela do preço da operação" de venda de 49,9% do BFA em 2008.