“As tensões geopolíticas não estão dentro de um conjunto de choques económicos aos quais a política monetária possa dar resposta”, disse hoje Mário Centeno, questionado sobre a crise entre a Ucrânia e a Rússia, após uma intervenção por meios telemáticos numa aula aberta de economia monetária e financeira, no âmbito do lançamento do livro “Economia Monetária e Financeira”, no ISEG, em Lisboa.

“Não são boas notícias. Vamos ver os próximos desenvolvimentos”, considerou o governador do Banco de Portugal.

No entanto, vincou que “as tensões geopolíticas não estão dentro de um conjunto de choque económicos aos quais a política monetária possa dever resposta”.

Para Mário Centeno, “a normalização da política monetária que é desejável”, mas “não deve estar indexada” àquilo que são as tensões geopolíticas.

No entanto, sublinhou que “a política monetária que é válida para Portugal, que é a política monetária do BCE, deve acautelar aquilo que são as consequências [das tensões] para a condução da política monetária e para a condução do seu mandato no deflagrar de um conflito dessa natureza”.

Para o governador tal é importante assegurar “a estabilidade financeira, da economia e da União Europeia manter as suas políticas gerais e económicas com sucesso”.