Mário Centeno, que está a ser ouvido na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), disse que a escolha da EY teve em consideração o facto de esta consultora não ter estado envolvida na audição de contas da CGD no período em análise.

“Prevê-se que essa auditoria decorra no prazo de 15 semanas”, incidindo em “três áreas principais de análise: concessão de créditos, aquisição e alienação de activos e decisões estratégicas e negócio”, disse o ministro das Finanças, acrescentando depois que a auditoria será feita às ações tomadas pelo banco público entre 2000 e 2015.

O ministro respondia a questões colocadas pela deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, que lembrou a auditoria recomendada pelo Governo à administração da CGD.

“Para nós é importante ter a garantia de que a auditoria segue”, disse a deputada bloquista, defendendo a necessidade de compreender “o que gerou” as imparidades no banco.

No final de junho, o Governo incumbiu a então administração da CGD de abrir o processo para uma “auditoria independente” aos atos de gestão do banco praticados a partir de 2000, uma análise que foi remetida para depois da recapitalização do banco público, que foi concluída em março.

Em fevereiro, o Governo disse que essa auditoria exigia o acesso a informação sob segredo bancário (e que dependia de autorização do supervisor) e que, por isso, o Banco de Portugal estaria a analisar como poderia desencadear o processo de forma autónoma.

Hoje, segundo noticia o Jornal de Negócios, o Banco de Portugal defende que coordenar e participar numa auditoria independente aos atos de gestão da Caixa desde 2000 extravasa claramente as suas competências.

“A auditoria não está em curso mas adjudicada”, disse Mário Centeno, assegurando que, quando for concluída, será dirigida às autoridades de supervisão, “que farão o que entenderem”.