“O sexto pacote de sanções está em cima da mesa há muitas semanas e é importante decidir e o tempo de o fazer é agora. Estou confiante de que seremos capazes de tomar uma decisão todos juntos e de expressar, novamente, uma posição unida sobre esse importante tópico, [mas] não é fácil porque existem diferentes sensibilidades”, disse Charles Michel.

Falando na entrada para o Conselho Europeu extraordinário, que decorre hoje e terça-feira em Bruxelas, o responsável realçou os “progressos feitos das últimas horas sobre o tema”, reforçando esperar que os chefes de Governo e de Estado da UE “sejam capazes de tomar a decisão sobre uma questão importante”.

“Queremos apoiar a Ucrânia, queremos mobilizar verbas para a Ucrânia, fornecer liquidez, começar a reconstrução do país e apoiá-los, esse é um primeiro elemento importante, e gostaríamos também de avançar nas sanções”, adiantou Charles Michel.

Numa altura em que a UE ainda não conseguiu alcançar consenso para avançar com um embargo gradual e progressivo ao petróleo russo, como proposto pela Comissão Europeia há quase um mês, o assunto está na agenda dos líderes europeus, prevendo-se agora que a medida abranja dois terços das importações europeias de petróleo da Rússia, ou seja, todo o petróleo marítimo proveniente da Rússia.

Face às críticas de países mais dependentes do petróleo russo, como a Hungria, estão previstas ainda exceções temporárias para garantir a segurança do aprovisionamento de certos Estados-membros.

No entanto, à chegada à cimeira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, negou a existência de um compromisso político e acusou a Comissão Europeia de ter um “comportamento irresponsável” para com a Hungria.

A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias. A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.

Logo no arranque desta cimeira, está prevista uma intervenção, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que na semana passada deplorou a “falta de unidade” entre os 27 sobre o reforço das sanções à Rússia.