Apesar desse aumento, o défice fiscal acumulado até setembro equivale a 4,26% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, um pouco abaixo dos 4,33% do PIB que equivalia nos primeiros nove meses do ano passado.

O resultado mostra estabilidade após o desequilíbrio causado pela pandemia de covid-19 nas contas públicas em 2020.

Nos primeiros nove meses de 2020, os gastos públicos superaram as receitas em 888,522 milhões de reais (167,5 mil milhões de euros), valor recorde para o período e quase três vezes superior ao deste ano, o que fez com que o défice saltasse para o equivalente a 16,28% do PIB.

A diferença negativa entre receitas e despesas do governo central do Brasil, administrações regionais e municipais e empresas estatais, incluindo recursos destinados ao pagamento de juros da dívida, totalizou 410,6 mil milhões de reais (77,4 mil milhões de euros) nos últimos 12 meses até setembro.

Esse défice num ano equivale a 4,36% do PIB, percentagem superior ao registado nos 12 meses até agosto (4,20%) e o maior dos últimos seis meses, em que o saldo negativo vem crescendo.

O défice acumulado em 12 meses até setembro já supera o acumulado em todo o ano de 2021 (383,664 milhões de reais ou 72,2 milhões de euros), quando o saldo negativo foi equivalente a 4,33% do PIB.

A deterioração das contas públicas é atribuída ao forte aumento dos gastos públicos em plena campanha eleitoral, incluindo subsídios para os mais pobres e outros programas sociais.

Nas eleições de domingo, o líder progressista Luiz Inácio Lula da Silva ganhou, com 50,9% dos votos, sobre o Presidente demissionário, Jair Bolsonaro (49,1%).

O Banco Central também informou que a dívida pública bruta do Brasil em setembro foi de 7,26 biliões de reais (cerca de 1,3 biliões de euros), equivalente a 77,1% do PIB e que representa uma ligeira redução face à de agosto (77,5%) e uma queda de 3,2% pontos em relação a dezembro do ano passado (80,3% do PIB).