Lisboa é a segunda cidade mais cara do sul da Europa para arrendar ou comprar casa. Paris lidera o ranking do estudo efetuado pela Casafari, uma plataforma europeia de dados imobiliários. A seguir a Lisboa, estão grandes centros urbanos europeus como Milão, Barcelona e Madrid.

De acordo com o Relatório do Mercado Residencial, o preço médio de venda por metro quadrado (m2) em Lisboa situa-se atualmente nos 5,149€, apenas superado pelos 12,707€ de Paris. Depois surgem Milão (4,969€), Barcelona (4,120€) e Madrid (4,062€).

Em comparação com o mesmo período de 2022, à exceção de Paris que verificou uma ligeira quebra de -0,3%, os preços nestas cidades aumentaram em média +5,2%. Face ao último trimestre do ano, o crescimento generalizado do preço foi de +1,1%.

Compra e venda

Lisboa é a cidade com maior subida no preço médio por m2 de venda durante os primeiros três meses do ano, registando um aumento de +9,8% face ao período homólogo e +3,4% em relação aos últimos três meses do ano passado.

A oferta de casas para venda sofreu uma contração nos primeiros meses de 2023, mais concretamente de -0,2% quando comparado ao período homólogo.

Barcelona (-16,6%) e Madrid (-11,6%) foram as cidades que mais contribuíram para este cenário. Esta tendência mantém-se também na comparação com o último trimestre de 2022, porém, além das duas cidades espanholas, Paris destaca-se com um decréscimo de -13,2%. Milão (+5,8%) e Lisboa (+1,3%), por outro lado, aumentaram a sua oferta de propriedades para venda.

Mercado de arrendamento

No que diz respeito ao arrendamento, a capital portuguesa regista um valor médio de 23€ por m2 e torna-se assim na segunda cidade mais cara do sul da Europa para arrendar casa. Este valor é apenas inferior aos 41€ de Paris, igual aos 23€ de Milão e superior aos 22€ de Barcelona e aos 17€ de Madrid.

Analisando todas estas cidades, o preço médio por m2 cresceu +18,3%, face ao período homólogo, e +1% em relação aos últimos meses do ano passado. Lisboa destaca-se novamente como a cidade que apresenta aumentos mais significativos: +5,4% face ao último trimestre do ano passado e +40,2% face ao 1º trimestre de 2022.

Madrid surge um pouco como a exceção à regra, já que, apesar de ter subido +6,4% quando comparado ao período homólogo, registou uma quebra de -6,7% neste trimestre face ao anterior.

Ao nível da oferta de casas para arrendamento, regista-se uma quebra muito significativa (-38,1%) em relação ao mesmo período de 2022. Milão (-51,3%), Lisboa (-47,2%) e Madrid (-26%) são as cidades que mais contribuíram para este panorama.

Numa comparação com os últimos três meses do ano passado, a redução no geral é de -4,2%. Paris evidenciou-se pela negativa com uma quebra de -28%. Barcelona (+8,9%) e Lisboa (+3,99%) contrariam a tendência verificada.

Rendimentos para quem investe

Apesar do contexto adverso, marcado pelo súbito crescimento das taxas de juro, os rendimentos residenciais nas cidades em análise aumentaram ao longo do ano, sobretudo devido à subida do preço médio de arrendamento (+18,3%) ter sido maior do que a do preço médio de venda (+5,2%) na comparação com o 1º trimestre de 2022.

Tendo por base esta mesma comparação com o período homólogo, Lisboa (+27,7%) e Barcelona (+19,3%) registaram aumentos substanciais dos rendimentos. Madrid, no entanto, foi a única a verificar uma quebra (-2,4%) nesta comparação anual.

Se a comparação for feita com o último trimestre do ano passado, a tendência geral destas cidades é de queda (-0,3%) e também aqui Madrid (-8,4%) se destaca com o maior decréscimo de rendimentos.

O relatório da Casafari refere-se aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2023 e incide sobre os dados disponíveis na plataforma relativos a cinco cidades do sul da Europa: Lisboa, Paris, Milão, Madrid e Barcelona e comparam o 1º trimestre deste ano não apenas ao período homólogo como também ao 4º trimestre de 2022.