“Soubemos hoje os dados das exportações e, em 2017, cresceram 11%, o maior crescimento desde os últimos seis anos. O investimento, já sabíamos, teve o maior crescimento dos últimos 18 anos, assim como PIB [Produto Interno Bruto] também teve o maior crescimento deste século”, afirmou o governante em Nelas, durante o 5.º Seminário de Empreendedorismo.

O ministro da Economia disse que, dois anos depois, volta a participar neste seminário, mas com uma economia diferente: “Há dois anos, a confiança das empresas e dos cidadãos estava ainda a retomar, a acordar, hoje estamos com uma economia com um crescimento sólido, robusto e sustentável”.

Na sua opinião, “a economia está a recuperar e a recuperar de uma forma sustentável”.

“Está a recuperar também na procura interna, no consumo, as pessoas estão mais confiantes. Mas está a recuperar com mais força no investimento, nas exportações”, frisou.

Segundo Caldeira Cabral, estes dados significam que Portugal conseguiu “ter uma reposição de rendimentos e ter a economia a crescer”, sendo que, em 2016 e 2017, o saldo externo da economia portuguesa, na balança de bens e serviços, foi “o mais elevado de sempre”.

“Conseguimos ter as pessoas com maior rendimento, maior consumo, melhor qualidade de vida e a terem uma confiança diferente e mais emprego. Mas conseguimos corrigir as contas públicas e reforçar o saldo externo da economia”, acrescentou.

O ministro explicou que os dados hoje conhecidos mostram que 2017 “não só foi um ano de forte crescimento das exportações, como foi um ano que manteve um saldo ligeiramente abaixo do de 2016”.

“O de 2016 já tinha sido o mais elevado de sempre, o de 2017 aparece como o segundo mais elevado de sempre”, referiu.

No seu entender, estes dados mostram que o modelo de crescimento que o Governo está a seguir “é sustentável, é equilibrado, é consistente com a continuação da consolidação das contas públicas e com o equilíbrio externo” e, ao mesmo tempo, “é consistente também com a melhoria das condições de vida das pessoas”.

“Há dois anos, a economia estava a crescer perto de 1%, sabemos agora que em 2017 já cresceu 2,7%. Há dois anos, as pessoas estavam com menor confiança e o investimento estava muito abaixo dos níveis anteriores à crise”, afirmou.

Segundo o governante, “a recuperação do investimento próxima dos 14% em 2017 é o maior crescimento do investimento e principalmente do investimento privado e empresarial, com uma retoma muita forte, e demonstra bem a confiança dos empresários”.

“O que tínhamos tido no período de ajustamento era a ideia de que a competitividade tinha que ser conseguida pela diminuição dos salários, esmagando os salários para esmagar os custos. A visão que trouxemos é totalmente diferente”, realçou.

O ministro questionou “se o aumento do salário mínimo tinha esses efeitos tão nefastos na competitividade e na capacidade exportadora do país”, porque é que “as exportações, em 2017, já com dois aumentos do salário mínimo, cresceram a um ritmo que nunca cresceram nos anos anteriores”.

“Cresceram a 11%, algo que não se via já desde 2010/2011, em que se estava a recuperar do grande afundanço que houve em 2009”, frisou.