“No primeiro e segundo orçamentos do Estado houve uma atitude deste Governo de repor rendimentos, o que valorizamos, mas hoje, perante aquilo que têm sido os resultados económicos do país e o esforço em aproximar posições, vamos discutir o terceiro Orçamento e esperamos que seja o momento de virar de página”, disse, em conferência de imprensa, o dirigente da FESAP, José Abraão.
A prioridade central da FESAP é de que “o discurso de reposição de rendimentos termine com o OE2018 e que haja verdadeiramente uma política salarial” através de uma negociação “séria” com as organizações sindicais.
Entre as reivindicações da federação sindical da UGT estão aumentos dos salários e das pensões no Estado de 2,5% para o próximo ano, a subida do subsídio de refeição para 6 euros.
A FESAP exige ainda que o salário mínimo seja de 585 euros em 2018 e que a tabela remuneratória única da administração pública seja alterada, refletindo as atualizações da remuneração mínima.
O dirigente sindical reiterou ainda o “desconforto” relativo à falta de negociação com o Governo, numa altura em que algumas medidas para a função pública, nomeadamente sobre o descongelamento de carreiras, têm saído na comunicação social.
José Abraão sublinhou também a falta de “sensibilidade” dos partidos políticos que dizem estar a negociar com o Governo, mas que até agora “não ouviram as estruturas sindicais.”
O dirigente sindical voltou a exigir que o Governo cumpra o acordo sobre o descongelamento de carreiras, sublinhando que o mesmo deverá ter lugar em janeiro de 2018, “sem nenhum tipo de faseamento nem fracionamento”.
O líder sindical reafirmou que a greve é uma possibilidade “sempre em cima da mesa” e deu como deadline ao Governo para apresentar propostas concretas aos sindicatos a data de entrega do OE no Parlamento, a 15 de outubro, para evitar uma eventual paralisação dos trabalhadores do Estado.
“Se o Governo quer negociar com os sindicatos, pois negoceie seriamente nesta fase e é por isso que esperamos que até ao momento da entrada do OE na AR que esta negociação se faça para que não tenhamos de ir para a luta, para a greve”, frisou José Abraão.
O Governo vai reunir-se com os três sindicatos da Função Pública na sexta-feira, no Ministério das Finanças. Em cima da mesa estarão as medidas para o setor que irão estar no Orçamento do Estado para 2018.
O encontro nas Finanças foi marcado no final de agosto, depois de a FESAP ter enviado uma carta ao ministro das Finanças a exigir uma reunião urgente para discutir, entre outros assuntos, o descongelamento das carreiras e o Orçamento do Estado para 2018.
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