Na nota de conjuntura de setembro, divulgada hoje, o Fórum para a Competitividade defende que existe um “excesso de otimismo no PIB e na inflação” nas previsões do Governo inscritas no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), o que, diz, “não só é um risco para o orçamento como pode induzir muitas famílias e empresas em erro”.

O Fórum para a Competitividade estima um abrandamento do crescimento económico, de entre 6,5% a 6,8% em 2022 para entre uma contração de 2% e uma expansão de 1% em 2023.

Segundo a análise, “trata-se de um orçamento que usa o imposto inflação em larga escala. A previsão muito optimista de inflação é uma forma de disfarçar esta utilização do imposto inflação. Este imposto não é tão óbvio como os restantes, mas é tão duro como os outros, porque retira poder de compra às famílias e às empresas e entrega-o ao Estado”.

Aponta ainda à proposta do Orçamento a “falta de foco na política económica”, particularmente, “na grave lacuna de não enfrentar o nosso problema de estagnação relativa de mais de 20 anos”, considera.

Para o Fórum, existe “falta de foco na necessidade de aumentar a produtividade”, defendendo a atração de Investimento Direto Estrangeiro, a transferência de recursos de empresas e setores menos produtivos para outros mais produtivos e a redução dos custos de contexto como formas de responder este desafio.

Estima ainda que sem a transferência extraordinária para os pensionistas, os défices de 2022 e 2023 seriam ambos de 1,4% do PIB.