O primeiro-ministro, Rishi Sunak, confirmou que o Governo iria aceitar as recomendações dos organismos de revisão salarial, que propuseram um aumento de 7% para a polícia, 6,5% para os professores e 6% para os médicos em formação.

O pessoal das Forças Armadas, que está proibido de fazer greve, receberá um aumento de pelo menos 5%.

Numa conferência de imprensa, Sunak considerou a decisão justa, mas avisou que os aumentos terão de ser financiados com dinheiro já orçamentado para os respetivos ministérios.

“Não seria correto aumentar os impostos de todos para pagar mais a algumas pessoas, especialmente quando os orçamentos familiares são tão apertados. Também não seria correto pagá-los com mais dívida, porque o aumento da dívida só piora a inflação”, justificou.

A notícia já foi saudada pelos quatro sindicatos do setor da educação - ASCL, a NAHT, a NASUWT e a NEU - que pretendem aconselhar os filiados a aceitar.

“Este acordo permitirá aos professores e aos dirigentes escolares suspender a greve e retomar as relações normais com o governo”, disseram, num comunicado.

O Governo tem estado sob pressão para aumentar os salários da função pública para compensar o poder de compra perdido devido à inflação, que desceu para 8,7% em maio.

Ainda hoje, e para exigir um aumento de 35%, dezenas de milhares de médicos em Inglaterra iniciaram uma greve de cinco dias, considerada a mais longa desta profissão do sistema de saúde público britânico (NHS).

Sunak vincou que “há uma mensagem clara” de que “os orçamentos não são infinitos” e que “a proposta de hoje é definitiva”, recusando mais negociações sobre salários.

“Não voltaremos a negociar as disposições deste ano e não há mais greves que alterem a nossa decisão”, enfatizou.

O custo potencial destes aumentos previstos pelo Ministério das Finanças foi estimado entre 3.000 milhões de libras (3.500 milhões de euros) e 5.000 milhões de libras (5.848 milhões de euros).