“O plano [de Afetação para a Exploração de Energias Renováveis ‘Offshore’ – PAER] que está em cima da mesa tem algumas áreas da pesca que vão ter dificuldades em continuar a exercer atividade. Não é a pequena pesca. Do que foi estudado e dos dados que temos, a pequena pesca é menos afetada do que outros segmentos de atividade”, afirmou Teresa Coelho aos jornalistas, à margem do 2.º Congresso da Pequena Pesca, que hoje se realiza em Vila Praia de Âncora, Caminha, distrito de Viana do Castelo.

A secretária de Estado assinalou que, do primeiro PAER para o atual, que está em consulta pública “até 13 de dezembro”, as áreas “foram afastadas da costa”, pelo que será a “pesca de arrasto” a área “mais afetada” no setor das pescas.

A pequena pesca, o “segmento mais representativo da pesca” nacional, será “menos afetada”.

Questionada sobre críticas de pescadores e armadores ao PAER, Teresa Coelho assinalou ainda que o plano está em consulta pública, pelo que este é o momento para serem apresentados contributos ou introduzir melhorias.

“A versão que está em consulta pública só será definitiva quando a consulta pública terminar. Agora é o ‘timing’ para as entidades darem os seus contributos”, observou.

A Associação de Armadores de Pesca do Norte avisou hoje que o setor está disposto a parar para contestar a criação de parques eólicos para a produção de energia renovável ‘offshore’, caso ocupem áreas importantes para os pescadores.

Manuel Marques alertou que mesmo a pequena pesca, feita mais junto à costa, será afetada pela produção de energia eólica no mar, porque “os cabos vão ter de passar para terra por algum sítio”.

Esta semana, o representante da VianaPesca, Francisco Portela Rosa, disse à Lusa que a oposição de “todas as associações de pesca do Norte é total” relativamente ao PAER, pelo que o projeto em consulta pública “não será aceite pelos pescadores”.

De acordo com uma nota de imprensa do Ministério da Economia e do Mar, a aprovação do PAER antecede o procedimento concorrencial para o cumprimento do objetivo de disponibilizar uma capacidade de 10 gigawatts (GW) de energia eólica ‘offshore’ (em alto mar) até 2030.