Fontes do ministério da Economia, do Comércio e das Empresas, citadas pela EFE, indicam que esta operação “implicaria um aumento do nível de concentração que poderia ter um impacto negativo no emprego e na prestação de serviços financeiros”.

Acrescentam ainda que este “nível excessivo de concentração” poderia introduzir “um risco potencial adicional para a estabilidade financeira” e recordam que esta ideia já foi apontada pelo governador do Banco de Espanha, Pablo Hernández de Cos.

As mesmas fontes consideram que, se esta OPA hostil se concretizar, “afetará também a coesão territorial, devido à presença destas instituições financeiras no território”.

“A Espanha tem atualmente um sistema financeiro forte e solvente”, sublinham as mesmas fontes, sublinhando que o dever do Governo é “assegurar que mantém um sistema financeiro sólido, que continue a contribuir para o crescimento” da economia espanhola e para a “agenda da inclusão financeira e da proteção dos clientes”.

Também o Banco Sabadell comentou a decisão do BBVA e fontes do banco recordam em declarações à EFE que, na segunda-feira, já rejeitou a oferta pública de aquisição (OPA), alegando que esta subavaliava significativamente o banco.

A reação do banco à OPA anunciada hoje pelo BBVA continua por conhecer, mas estas fontes insistiram que a oferta do BBVA também subavaliava “significativamente” as perspetivas de crescimento enquanto entidade independente.

O BBVA lançou hoje uma OPA voluntária sobre a totalidade do Banco Sabadell, uma operação que inclui as mesmas condições que a proposta de aquisição apresentada pela entidade liderada por Carlos Torres e que foi rejeitada pelo banco catalão.

A contrapartida oferecida pelo BBVA aos acionistas do Sabadell é de uma ação recém-emitida por 4,83 acções do banco catalão, de acordo com a oferta comunicada à Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhola (CNMV).

O presidente do conselho de administração do Banco Sabadell, César González-Bueno, e o diretor financeiro, Leo Alvear, encontram-se em Londres, onde estão a realizar reuniões com alguns dos seus principais accionistas e investidores internacionais, enquanto o presidente do banco, Josep Oliu, se encontra em Espanha.